Com fogo controlado, ainda continuam 12 pessoas deslocadas em Salir

Quanto ao incêndio, o perímetro está «100% dominado», mas o dispositivo continua «direcionado para aquilo que é a reação rápida a qualquer reativação»

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

As 12 pessoas que foram deslocadas do incêndio de Gambelas/Quinta do Lago para uma Zona de Concentração e Apoio à População (ZCAP) em Salir continuam alojadas neste espaço, disse esta quinta-feira, 14 de Julho, Richard Marques, comandante das operações de socorro. 

No briefing realizado a meio da manhã, numa altura em que o incêndio já estava dado como dominado, este responsável explicou que, apesar de ainda estarem alojadas na ZCAP, criada no pavilhão da Escola EB 2,3 de Salir, estas pessoas já voltaram «à vida normal».

«São pessoas oriundas de casas modelares [de madeira ou pré-fabricadas] que ficaram, nalguns casos, privadas de eletricidade», enquadrou Richard Marques.

Há, de resto, uma «articulação permanente» com a E-Redes para que, «em toda a área de interesse do incêndio, seja reposta a eletricidade rapidamente».

No total, este incêndio que começou em Gambelas (Faro), mas se alastrou à Quinta do Lago, Vale Garrão (Almancil) e Trafal (Quarteira), obrigou à retirada de 150 pessoas.

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

A maior parte arranjou solução «junto de familiares e amigos», à exceção destas 12 que foram acolhidas em Salir, onde contam com o apoio de quatro assistentes sociais e dois psicólogos.

Em relação aos danos em habitações, Richard Marques adiantou que «há notícia de que algumas casas possam ter ficado afetadas», mas o «levantamento está a ser feito pela GNR até porque tem de ser avaliada se a utilização da habitação está impedida».

«As próprias Câmaras Municipais estão também a avaliar e posteriormente daremos nota daquilo que foram as consequências concretas – não temos nenhuma situação premente em que as autarquias tivessem de providenciar realojamento», explicou.

Quanto ao incêndio, o perímetro está «100% dominado», mas o dispositivo continua «direcionado para a reação rápida a qualquer reativação».

De resto, enquanto decorria o briefing, houve mesmo uma nova situação a merecer a atenção da Proteção Civil: um incêndio num depósito de materiais para reciclar, na zona de Vale da Venda (Loulé), perto de onde passou o incêndio.

«Sabemos que vamos ter reativações: tivemos algumas durante a noite, algumas com severidade, como em Vale do Lobo e Trafal. O quadro meteorológico continua a não favorecer, com humidade abaixo dos 20% e vento de 30 quilómetros por hora e o plano de desmobilização será gradual», acrescentou.

António Miranda, do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, explicou que o fogo consumiu pinheiros-mansos, pinheiros-bravos e «muitos sobreiros», mostrando-se, porém, confiante de que a vegetação «irá recuperar».

«Estes ecossistemas estão adaptados ao que é um incêndio e preparados para se regenerarem por eles próprios», concluiu.

 

 

 



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