Marcelo elogia ritmo da vacinação, que será referência para o desconfinamento

A partir de agora, regras do desconfinamento deverão ser indexadas à percentagem de população vacinada

O Presidente da República elogiou o andamento da vacinação contra a Covid-19, que está a decorrer a um ritmo «excecional», afirmando-se «irritantemente otimista» em relação a futuro.

Marcelo Rebelo de Sousa falava durante a sessão sobre a evolução da Covid-19 em Portugal, que decorreu esta terça-feira no auditório do Infarmed, em Lisboa, já depois de ouvir as apresentações dos especialistas.

E ficou claro que, daqui para a frente, todas as decisões vão ter em primeira linha de conta a vacinação contra a Covid-19.

«Eu agora também estou, como diz o senhor primeiro-ministro, um bocadinho irritantemente otimista, houve aqui uma ligeira inversão de posições», disse o chefe de Estado, referindo-se ao facto de ter usado uma expressão muito utilizada por António Costa.

«Penso que saímos daqui com uma esperança reforçada que se chama vacinação», mas que é, sobretudo, «este encontro virtuoso entre o contributo dos especialistas e o entendimento desse contributo por parte dos decisores políticos, nomeadamente o Governo», acrescentou.

«A vacinação é chave na vida dos portugueses e o ritmo a que tem sido processada é excecional», elogiou o Presidente da República, que enalteceu também «o contributo dos profissionais de saúde» envolvidos neste processo.

O chefe de Estado assinalou que, segundo os especialistas, «na maioria esmagadora dos casos as vacinas produzem efeitos» e que isso se verifica «em todas as idades», um dado que apontou como «importante para a minoria que ainda tem dúvidas sobre a vacinação».

Uma vez que os portugueses acreditam «maioritariamente, esmagadoramente» na vacinação, Marcelo Rebelo de Sousa preconiza que «a própria vacinação se imporá por si».

 

 

A vacinação, ao que tudo indica, vai passar a ocupar um espaço central no processo de desconfinamento, daqui para a frente.

Em cima da mesa, está um plano a quatro velocidades para o alívio das medidas restritivas de combate à propagação da Covid-19 em Portugal.

Como resumiu o jornal Público, a proposta da equipa da pneumologista Raquel Duarte, da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, detalhada na sessão, «assenta em seis pilares: vacinação, testagem, distanciamento, higienização, uso da máscara e ventilação. Para todos os níveis destacam-se três regras principais: ventilação adequada dos espaços, utilização do certificado digital e a auto-avaliação de risco».

O nível 1 é aquele em que Portugal se encontra atualmente e em que a população vacinada se situa entre 50% e 60%.

Os especialistas defendem o aliviar de uma série de restrições, apesar de continuar a não poder haver mais de seis pessoas no interior e 10 no exterior dos restaurantes.

Deixa de haver, por exemplo, necessidade de limitações durante os convívios familiares, bem como em eventos culturais e regionais e nos centros comerciais.

O nível 2 será atingido quando 60% a 70% da população estiver vacinada.

Nesta fase, já poderá haver mais ocupação por mesa nas esplanadas dos restaurantes (15), mas não no interior e a máscara deixa de ter de ser usada ao ar livre, desde que se mantenha o distanciamento físico, entre outras medidas.

Quando se atingir um nível de vacinação entre os 70% e os 85%, entramos no nível 3, no qual passam a poder juntar-se oito pessoas numa mesma mesa no interior dos restaurantes e deixa de haver limite de clientes por mesa nos serviços de esplanada.

Também deixa de haver restrições de lotação nos eventos de grande dimensão em espaços interiores, casamentos e baptizados, deixa de haver restrições em termos de capacidade máxima.

O último nível, o 4, atingir-se-á quando houver mais de 85% da população vacinada, o patamar acima do qual se considera que se atingiu a imunidade de grupo.

Neste patamar todas as restrições são levantadas.

Outro contributo que foi hoje dado pelos especialistas prende-se com as alterações e complementos à matriz de risco propostos.

«Há aqui um esforço da parte dos especialistas para, à medida que o processo avance, irem completando e enriquecendo aquilo que normalmente se chama de matriz, o quadro, o espaço de manobra de decisão dos políticos, e concretamente do Governo e das autoridades sanitárias», acredita Marcelo Rebelo de Sousa.

Entre os dados «muito importantes» que o Presidente da República considera que devem contar para a matriz, está a «letalidade e como é que a vacinação avança».

O aumento da incidência para 480 casos (e não 240 casos) por 100 mil habitantes, a subida do limiar de alerta para os cuidados intensivos de 245 para os 255 nas “linhas vermelhas”, bem como a inclusão de outros indicadores, como a positividade, o acompanhamento de novos casos e internamentos, são outras das alterações que estão na calha.

 

 

 

 



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