Águas do Algarve investem 2,2 milhões numa Central de Secagem Solar de Lamas em VRSA

Concurso público acaba de ser lançado

A empresa Águas do Algarve SA lançou um Concurso Público para a construção de uma Central de Secagem Solar de Lamas na Estação de Tratamento de Água Residual (ETAR) de Vila Real de Santo António, de modo a permitir a redução do volume e da quantidade de lamas finais a transportar para valorização e/ou aterro. O projeto representa um investimento de 2,2 milhões de euros.

A empresa acrescenta que adotou o «modelo de Conceção-Construção», que passa pela elaboração do projeto de execução por parte do empreiteiro.

Em nota de imprensa, a AdA explica que «as lamas são um produto inevitável resultante do tratamento de águas residuais».

A ETAR de Vila Real de Santo António, que trata efluentes das localidades da Fábrica, Altura, Manta Rota, Monte Gordo, Junqueira e Casto Marim, «como resultado do processo de tratamento, produz anualmente cerca de 3600 toneladas de lamas, sendo que este volume representa um custo anual de cerca de 121.000 euros para envio a destino final com um teor médio de matéria seca de 21%».

No entanto, «dadas as condições climatéricas da região do Algarve, nomeadamente o elevado número de dias de sol, é favorável a construção de um sistema de secagem solar de lamas que permita obter um índice de sicidade [secura] significativamente superior e consequentemente obter-se uma redução do volume, peso e custo de envio a destino final das lamas produzidas na ETAR».

A empreitada de conceção/construção, que tem um prazo de execução total de 355 dias, visa «complementar a fase sólida do sistema de tratamento da ETAR de Vila Real de Santo António, adicionando uma nova etapa de secagem solar das lamas produzidas».

A empresa Águas do Algarve acrescenta que, «a nível ambiental, a presente empreitada apresenta mais-valias, assegurando, quer uma melhor qualidade das lamas produzidas, quer uma redução do número de transportes necessário para envio das lamas a destino final, com todas as consequências positivas inerentes a esta situação».

O sistema de tratamento da ETAR de VRSA foi concebido para receber efluentes das localidades da Fábrica, Altura, Manta Rota, Monte Gordo, Junqueira e Casto Marim, conduzidos através de um sistema intercetor elevatório, composto por 14 elevatórias com 33 quilómetros de extensão, dos quais 18 quilómetros correspondem a condutas elevatórias e 15 quilómetros a coletores gravíticos.

Com a sua construção e entrada em funcionamento, em 2009, foi possível aumentar a área anteriormente servida nos concelhos de VRSA e Castro Marim e desativar as ETAR de Manta Rota, Altura e Castro Marim.

A instalação possui capacidade para tratar 20.965 m3/dia, correspondente a uma população máxima de 58.233 habitantes equivalentes.

A empreitada da Central de secagem solar de lamas da ETAR de Vila Real de Santo António consiste na execução de:

>Construção de uma estufa para secagem das lamas incluindo sistema de transporte das lamas desidratadas para a estufa, sistema de remoção da estufa e transporte para galera de
armazenamento;
>>Báscula de pesagem;
>>Integração da instalação no sistema de telegestão de saneamento da AdA.

 

Lamas produzidas em ETAR

As lamas de depuração produzidas nas ETAR, que efetuam o tratamento de efluentes urbanos, resultam sobretudo da biomassa em excesso que se forma durante o processo de remoção de matéria orgânica e outros nutrientes (lama secundária), podendo formar-se também lama primária nas ETAR que possuem decantação primária.

As lamas são espessadas, gravítica ou mecanicamente, e desidratadas mecanicamente, exceto em pequenas instalações que possuem leitos de secagem, para valores de sicidade de cerca de 20% MS. As lamas são depois armazenadas temporariamente em silos ou contentores, até serem recolhidas por operadores licenciados.

As lamas de depuração são, assim, um subproduto das ETAR, sendo classificadas como resíduo com o código LER 19 08 05 – Lamas do tratamento de águas residuais urbanas.

As lamas não se encontram geralmente higienizadas, sendo recolhidas, transportadas e enviadas para armazenamento temporário ou para valorização direta por compostagem, antes da sua aplicação em solos agrícolas. As lamas podem ainda ser depositadas em aterro sanitário.

 

 


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