1,1 toneladas de cocaína, transportadas para o Algarve a bordo de um veleiro, foram ontem apreendidas pela Diretoria do Sul da Polícia Judiciária, durante a operação “Terra Firme”, no âmbito da qual foram detidos quatro cidadãos estrangeiros, de várias nacionalidades, mas todos eles europeus.
No âmbito desta operação, a PJ apreendeu, em Loulé, uma viatura ligeira de mercadorias de matrícula estrangeira, que tinha um fundo falso para acomodar a droga, e o veleiro, que estava atracado em Portimão.
Esta apreensão e as consequentes detenções foram o culminar de uma investigação que decorria «há alguns meses», segundo revelou aos jornalistas António Madureira, diretor da PJ no Algarve.
«A Polícia Judiciária chegou à conclusão de que havia uma rede internacional que estaria a planear traficar estupefacientes, por via marítima, através de Portugal», disse.
Na operação que começou ontem e continuou ao longo do dia de hoje, elementos da PJ surpreenderam membros da organização criminosa a preparar a operação de transporte dos 50 fardos de cocaína, com um valor estimado de «várias dezenas de milhões de euros».
«A droga ainda não estava no fundo falso, ainda estava a ser preparado o transporte», precisou o responsável pela Diretoria do Sul da PJ.
«A droga, quando foi apreendida, já estava em terra. Nessa altura, o descarregamento já tinha acontecido. A investigação é que permitiu chegar à conclusão de que teria sido transportada no veleiro», revelou António Madureira.
A apreensão do veleiro, de resto, aconteceu hoje, no dia a seguir à droga ter sido descoberta e apreendida, graças «aos variadíssimos elementos de prova» que foram recolhidos pela PJ.
Quanto aos alegados traficantes, alguns «foram detidos a tratar da operação de transporte dos estupefacientes, outros foram detidos num vivenda de luxo que era utilizada como recobro da organização e outros foram detidos no veleiro».
Os detidos, precisou a PJ numa nota de imprensa, tinham entre os 28 e os 63 anos.
«A diversidade e a multinacionalidade da composição do grupo, o elevado nível de sofisticação da sua atuação, a natureza e a quantidade do produto estupefaciente apreendido, indiciam fortemente tratar-se de atividade criminosa altamente organizada e de âmbito transnacional», acredita a Polícia Judiciária.
A cocaína «teria como destino a Europa. É normal que, dada a posição geográfica de Portugal, as redes internacionais utilizem o nosso país como ponto de passagem para a distribuição pela Europa. O que não significa que alguma não acabasse por regressar, eventualmente», acrescentou António Madureira.
Os detidos serão agora presentes à autoridade judiciária competente para saberem que medidas de coação lhes serão aplicadas.
A direção do inquérito pertence ao Ministério Público do DIAP de Faro e a investigação prossegue a cargo da Polícia Judiciária.
Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação
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