Obras do Museu Zero avançam a bom ritmo e atividades «começam em Outubro»

Este museu será criado nos antigos silos de cereais e armazéns anexos da Cooperativa Agrícola de Santa Catarina da Fonte do Bispo

O Museu Zero está cada vez mais perto de abrir ao público e, em Outubro, arrancam as atividades. As obras já começaram, devendo estar prontas «dentro de três, quatro meses», altura em que nascerá este espaço, dedicado à arte digital, na Cooperativa Agrícola de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira. Apesar de ainda não estar concluído, o projeto já conta com uma forte embaixadora: Graça Fonseca, ministra da Cultura. 

João Correia Vargues, presidente da Comissão Executiva do Museu, adiantou ao Sul Informação que «as obras estão a decorrer, já se nota a reabilitação do espaço e começamos a ver o horizonte de tudo estar pronto».

Este museu será criado nos antigos silos de cereais e armazéns anexos da Cooperativa Agrícola de Santa Catarina da Fonte do Bispo, espaços atualmente desativados. Curiosamente, os próprios edifícios da antiga cooperativa já são, eles próprios, uma espécie de museu, uma vez que foram desenhados, nos anos 50, por Manuel Gomes da Costa, arquiteto modernista.

 

João Vargues – Foto: Bárbara Caetano | Sul Informação

 

As obras, que começaram em Setembro do ano passado, englobam a «reabilitação de armazéns para terem condições de acolhimento de exposições», explicou João Correia Vargues ao nosso jornal.

«Estamos a transformá-las para poderem acolher residências ou seminários. No fundo, estamos a reabilitar edifícios que eram industriais para usos culturais», acrescentou.

Depois de as obras estarem concluídas, haverá «duas fases». «Na primeira, qualquer coisa pode lá acontecer, como workshops, residências ou seminários. Quanto a exposições, na tal segunda fase, é melhor esperar pelo início do próximo ano», explicou.

 

Foto: Pedro Silva Arquitectos

 

Mas já há duas certezas: «em Outubro, vamos começar a ter atividades» e a «programação artística para 2021 e 2022 já está a ser preparada».

Por enquanto, o projeto do Museu Zero está a «trabalhar em rede, na formação de competências», já tendo chegado a cerca de 1500 crianças de escolas «de vários concelhos do Algarve». «Vamos aproveitando as oportunidades para explicar o que é isto da arte digital», explicou João Correia Vargues.

É também o caso da exposição, promovida pelo Museu Zero, chamada “O mapa e o território”, patente no Centro de Artes e Ofícios de São Brás de Alportel, e que, na sua inauguração, contou com a presença de Graça Fonseca, ministra da Cultura.

Em declarações ao Sul Informação, à margem desta inauguração, a governante expressou o seu apoio a este projeto do Museu Zero.

«Estou muito bem impressionada. Só tinha visto imagens, mas esta é uma iniciativa incrível, porque, sendo um museu complementente digital, está aqui no Algarve, o que me parece um dado importante», disse.

 

Graça Fonseca – Foto: Bárbara Caetano | Sul Informação

 

Para Graça Fonseca, o Museu Zero tem uma «particularidade» interessante: «vai nascer numa cooperativa agrícola que ainda está em funcionamento».

«Ou seja: quem for ao Museu Zero, também vai ao lado ver a atividade da cooperativa agrícola, o que me parece uma combinação muito feliz. Estou convencida de que este será um polo importante para atrair talento e visitantes», acrescentou.

Também a pensar nisso é que João Correia Vargues fala no grande objetivo de trabalhar tanto «com toda a região», como com outros países.

«A nossa aposta é ter ligações internacionais. Temos feito isso nos últimos tempos, com trabalho com outros museus congéneres que existem», vincou.

Em Portugal, as parcerias já firmadas do Museu Zero incluem as Fundações EDP e Gulbenkian, o Centro Cultural de Belém, o MAAT (Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia) de Lisboa e a Universidade do Algarve.

 

O andamento das obras – Foto: Museu Zero

 

Este será o primeiro espaço em Portugal «centrado na arte digital». Mesmo na Europa, «há poucos espaços só com arte digital», algo que este Museu Zero quer aproveitar para atrair artistas.

«A nossa ideia é ligar sempre a gente da cultura com a da agricultura. Tenho a certeza de que os artistas se vão inspirar na cooperativa, no território e na paisagem», concluiu João Correia Vargues.

A criação do Museu Zero implica um investimento de cerca de 1,9 milhões de euros. O valor é comparticipado, em 70%, por fundos comunitários do CRESC Algarve2020.

A ideia de construir este museu partiu de Paulo Teixeira Pinto, antigo presidente do Banco Comercial Português (BCP), artista, colecionador de arte e atualmente residente em Santa Catarina da Fonte do Bispo.

 

 

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