Algarve continuar de fora dos destinos seguros do Reino Unido «é cada vez menos compreensível»

Autarcas e hoteleiros esperavam outra decisão

A decisão do Reino Unido de manter Portugal de fora da lista de destinos seguros para viajar, conhecida hoje, «é de lamentar e cada vez menos compreensível», acusa António Pina, presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve. Já para os hoteleiros, esta notícia «é uma enorme desilusão».

Em declarações ao Sul Informação, António Pina reforçou que «é mais seguro estar no Algarve do que no Reino Unido» e que, «tendo em conta a evolução da pandemia, todos tínhamos esperança que fosse revertida».

 

António Pina

Nos últimos dias, falou-se na imprensa inglesa da possibilidade de abrir um corredor aéreo, cujos passageiros ficariam isentos de quarentena, para regiões menos afetadas pela Covid-19, como a Madeira e o Algarve.

No entanto, o representante dos municípios algarvios explica que a AMAL acaba por estar afastada de qualquer decisão nesse sentido. «Se houvesse governo regional, sim podíamos estar envolvidos. É essa a importância de um governo regional».

Por seu lado, João Soares, delegado da Associação da Hotelaria de Portugal no Algarve, diz que «esta notícia acaba por ser ainda pior do que a inicial, porque tínhamos a esperança de que, com o levantamento das restrições, houvesse uma recuperação das reservas de britânicos e tivéssemos ainda bons meses de Setembro, Outubro e Novembro».

 

João Soares

Para o hoteleiro, esta decisão do Reino Unido «gera uma atmosfera de desconfiança e insegurança, que era tudo o que não precisávamos. Fizemos um percurso muito bem feito com poucos casos na região e achámos que poderíamos agora ser incluídos na lista de países seguros».

João Soares acredita que a falta de britânicos «vai afetar muito Albufeira. As zonas que recebem poucos turistas nacionais vão sofrer um impacto muito grande. Os turistas portugueses até podem vir em Agosto mas, depois de 9 de Setembro, deixam de vir».

Já Elidério Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turismos do Algarve (AHETA), realça a «enorme desilusão» que provocou esta notícia no setor da hotelaria. «Tínhamos expetativas que o Reino Unido incluísse quer Portugal, quer mesmo apenas o Algarve nessa lista».

 

Elidérico Viegas

Ainda assim, acredita o presidente da AHETA, «o principal efeito negativo para o turismo surge da primeira decisão. Quem queria vir para o Algarve cancelou nessa altura».

Com a manutenção da quarentena no regresso de Portugal ao Reino Unido, um dos setores que poderia ter alguma esperança a partir do mês de Setembro é o golfe. «A época do golfe arranca no final de Setembro. Agora poderiam surgir as reservas para essa altura. No entanto, com o não levantamento das restrições, as perspetivas não são tão boas», conclui Elidérico Viegas.

 

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