Escola EB 2,3 Santo António e UAlg colhem legumes para pessoas carenciadas

«Era impensável deixar isto aqui, com pessoas a precisarem»

«Poder fazer algo que ajuda quem mais precisa contribui muito não só para a minha felicidade, como para quem terá este apoio». Afonso Ferreira é aluno do 1º ano do curso de Educação Social da Universidade do Algarve (UAlg) e foi um dos voluntários que, esta segunda-feira, 11 de Maio, ajudou a apanhar legumes da horta pedagógica da Escola EB 2,3 Santo António, em Faro. Terminado o trabalho, as alfaces, brócolos e couves foram doados ao Centro de Apoio aos Sem Abrigo (CASA). 

A manhã, com céu nublado e até alguma chuva, não convidava muito a sair de casa, mas um valor falou mais alto: a solidariedade.

Duas professoras e dois alunos da UAlg juntaram-se a outros dois professores e duas funcionárias da Escola EB 2,3 Santo António, logo pela manhãzinha, para literalmente meter as mãos na terra.

Este estabelecimento de ensino farense, agora fechado devido à Covid-19, tem uma Horta Pedagógica, um projeto que é liderado pelo professor Luís Miguel Gomes.

«A ideia nasceu por termos de dar a disciplina de horta pedagógica aos alunos de Educação Especial e então construímos, com paletes de madeira, esta pequena horta. Os alunos juntaram-se a outra turma do 5ºE e, entre todos, fizeram a sementeira e iam cuidando da horta», explica.

 

 

Tudo corria de feição, até que chegou a pandemia e a horta deixou de ser cuidada pelos jovens estudantes. «Numa altura destas, de tanta necessidade, lembramo-nos de dar os legumes a quem mais precisa», diz.

O CASA, instituição que ajuda tanto sem abrigo, como famílias carenciadas, foi a entidade escolhida. E daí surgiu a ligação à Universidade do Algarve.

A professora Cláudia Luísa, diretora do curso de Educação Social, explica que «alguns de nós somos voluntários do CASA há algum tempo e assim nasceu esta sinergia».

O contacto surgiu da parte da coordenadora do CASA, mas houve um entrave inicial: a falta de voluntários.

«Eu disse logo: não há problema! Nós vamos lá, porque, na realidade, este tipo de alimentos (os frescos ou os legumes), raramente são atribuídos pelos supermercados e há uma carência. Era impensável deixar isto aqui, com pessoas a precisarem», diz Cláudia Luísa.

Também foi assim que pensaram dois jovens alunos, que se viram no imperativo de ajudar. Daniel Chora e Afonso Ferreira são caloiros do curso de Educação Social e decidiram abraçar esta causa.

«Eu vim tanto para aprender mais, como para ajudar. É algo de que gosto e limpa-me a consciência», diz Daniel Chora.

Em tempos de confinamento – e de aulas à distância – esta também foi uma forma de «sair um bocado e espairecer», acrescenta.

 

 

O colega Afonso também quis saber mais sobre o mundo da agricultura. «Estou a ajudar e a aprender mais. Estando eu neste curso, tenho de ter também sempre esta preocupação com o outro», considera.

Além dos legumes, o professor Luís Miguel Gomes também aproveitou para angariar bens alimentares, em conjunto com seis outros professores do Ensino Especial. «Ontem, andei a recolher, pela casa de todos, alimentos, como leite, massa, arroz e leguminosas, algo de que o CASA tem falta», explica.

A distribuição, da parte do CASA, foi feita ontem e continua hoje.

«Este foi um trabalho que fizemos de bom grado e que vai marcar a diferença na vida de pessoas», conclui Cláudia Luísa.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

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