As sementes da Horta Pedagógica da Escola de Santo António, em Faro, foram lançadas no início do ano letivo. 30 alunos da turma de educação especial e de uma turma de 5º ano trataram dos seus legumes com entusiasmo, até que veio a pandemia da Covid-19 e os jovens agricultores ficaram fechados em casa. No entanto, a horta sobreviveu e será o Centro de Apoio ao Sem Abrigo (CASA) de Faro a colher os seus frutos.
Em conversa com o Sul Informação, Luís Miguel Gomes, professor da turma de Educação Especial e coordenador do projeto, contou que «a ideia surgiu no início do ano letivo, quando houve a vontade de criar algo diferente. A “Horta Pedagógica” é uma das disciplinas que compõem a Educação Especial e pensámos em construir esta horta, com paletes de madeira».
A construção foi pensada para facilitar a vida dos jovens agricultores, uma vez que os canteiros ficaram elevados, para que alunos com dificuldades motoras conseguissem também participar no projeto.
«Depois da estrutura, foi colocado composto fornecido pela Algar, a horta foi pintada e decorada pelos alunos e tínhamos um pouco de tudo: couves, alfaces, salsa, pimentos», elencou Luís Miguel Gomes.
Apesar de este ter sido um projeto iniciado pela turma de Educação Especial e por alunos da turma do 5ºE, «foi-se espalhando a mensagem e outros professores e alunos de outras turmas foram colaborando, até com a construção de um espantalho. O objetivo foi o de tornar o espaço agradável à vista e potenciador do bem-estar comum», explicou o professor.
Tudo estava a correr bem, até que «veio esta situação do novo coronavírus e os alunos foram para casa».
Ainda assim, a horta sobreviveu: «choveu várias vezes e falámos com funcionários da escola que continuaram a ir trabalhar para que tratassem da rega e cuidassem dos legumes».
Mas estas couves e estas alfaces têm os “dias contados” na Escola de Santo António, uma vez que já têm destinatários: «surgiu-nos a ideia de distribuir aquilo que produzimos por pessoas necessitadas, nesta altura em que há mais gente a precisar. Então decidimos que seriam os voluntários do CASA a colher os legumes e a entregá-los», revelou Luís Miguel Gomes ao nosso jornal.
A entrega dos legumes ao CASA ainda não foi feita, mas está para breve, e as sementes plantadas no início do ano letivo vão acabar por dar frutos a quem mais precisa.
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