Nasceram mais nove linces-ibéricos no Algarve [com vídeo]

Já são 11 as crias nascidas no CNRLI em 2020

 

Nasceram mais nove linces-ibéricos no Algarve, em apenas 35 horas, entre os dia 9 e 11 de Abril. Os bebés das linces Fresa, Juncia e Juromenha vieram juntar-se às duas que haviam nascido na passada semana e engrossar para 11 o número de crias nascidas em 2020 no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico (CNRLI), em Silves.

Na quinta-feira, dia 9, às 18h56, Fresa, de 11 anos, deu à luz uma ninhada de quatro crias, fruto do seu emparelhamento com Drago. Fresa é uma das fêmeas fundadoras do CNRLI, centro gerido pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), criado em 2009. Nasceu no Centro de Cría de El Acebuche, em Doñana, e apesar de ter vindo a ser poupada à reprodução anual, por ter sido diagnosticada com problemas renais, em 2010, «até à data pariu 20 crias, das quais 10 foram reintroduzidas na natureza».

«É a sua terceira ninhada de quatro crias que, a desenvolver-se como esperado, poderão elevar a sua contribuição total para a recuperação da espécie na natureza a 14 animais. Drago, macho fundador do CNRLI e nascido em 2007 em El Acebuche, já foi pai de 29 crias no CNRLI. Destas, 14 foram reintroduzidas na natureza, sendo que as 4 nascidas agora poderão elevar a sua contribuição total para 18 crias reintroduzidas na Península Ibérica. Mãe e crias estão bem, estas desenvolvendo-se normalmente», revelou o ICNF, entidade responsável pelo CNRLI, que é financiado pelo Estado português e pela empresa Águas do Algarve, no âmbito das medidas de compensação ambiental pela construção da Barragem de Odelouca.

 

Créditos: CNRLI/ICNF

Na sexta-feira, dia 10, às 4h48, «Juncia iniciou o seu parto que acabaria por resultar em 3 crias, após o seu emparelhamento com Fresco, macho fundador do CNRLI e nascido em 2010 na mesma ninhada da fêmea Fresa».

Juncia, nascida no Centro de Cría de La Olivilla, em 2012, chegou ao CNRLI em 2016. «É a sua segunda ninhada no CNRLI, tendo produzido 3 crias em 2017, que foram reintroduzidas na natureza. Estas 3 novas crias poderão elevar o seu total para 6 crias investidas na recuperação da espécie no seu habitat natural. Fresco contribuiu já com 25 crias, das quais 16 foram reintroduzidas. Estas 3 novas crias poderão elevar a sua contribuição total para os 19 animais reintroduzidos», segundo o ICNF.

24 horas depois, Juromenha pariu duas crias, fruto do seu emparelhamento com Madagáscar. «Juromenha é a primeira fêmea nascida no CNRLI a parir dentro do Programa de Conservação Ex Situ do Lince-Ibérico. É também um dos dois primeiros linces-ibéricos que foram criados artificialmente pela equipa técnica do CNRLI, tendo sobrevivido ao abandono por parte da sua mãe com a irmã Janes, logo após o nascimento em 2012. Biznaga, uma das fêmeas emblemáticas do CNRLI e que terá chegado ao fim da sua vida reprodutiva, aceitou depois ambas as crias para finalizar a sua educação, ensinando ambas as suas filhas a caçar e a comportar-se como um lince-ibérico. As suas duas primeiras filhas sobreviventes já reproduziram dentro do Programa Ex Situ, tendo Juromenha sido responsável pela reintrodução de 3 crias, que poderão entretanto chegar a 5, com as crias nascidas em 2020».

Já Madagáscar, o pai das duas crias da ninhada de Juromenha, nasceu em 2015, em meio selvagem, na população de Doñana, tendo sido integrado no Programa de Conservação Ex Situ. «Chegou ao CNRLI em 2016 e é atualmente o macho geneticamente mais valioso do Programa de Conservação Ex Situ e é já pai de 8 crias no CNRLI, sendo que 2 foram retidas por importância genética e reposição de reprodutores para o futuro e 4 foram reintroduzidas na natureza».

Este ano foi emparelhado com Juromenha, mas também com Era, «que terá data de parto para 18 de Abril e será, a resultar, a ninhada geneticamente mais importante de 2020 no Programa. O resultado do seu teste de gestação será conhecido na próxima semana».

 




 

No dia 6 de Abril, como o Sul Informação noticiou – e mostrou, já que o parto pode ser visto no nosso jornal – a fêmea Jabaluna pariu pela terceira vez, desta feita «duas crias aparentemente saudáveis e uma cria que nasceu com pouca vitalidade e acabaria por morrer imediatamente após o parto. As duas crias sobreviventes prosseguem agora o seu desenvolvimento normal».

Desde 2009 e até ao final de 2019 tinham nascido 122 linces, 89 dos quais sobreviveram e 69 foram reintroduzidos no seu habitat natural, só nesta maternidade, situada na freguesia de São Bartolomeu de Messines, em Silves, um dos polos de uma rede ibérica de recuperação do lince-ibérico.

Esta rede foi criada para salvar uma espécie em vias de extinção e que chegou a estar criticamente ameaçada.

 

 

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