Lyra é boa, doce e come-se em Aljezur

Certame já é uma referência

A produção «correu bem», a batata, da variedade Lyra, «tem qualidade» e, por isso, as expetativas só podem ser «altas» para mais uma edição do Festival da Batata-Doce que começa já esta sexta-feira, dia 29 de Novembro, no Espaço Multiusos de Aljezur. 

O Sul Informação falou com Manuel Marreiros, presidente da Associação de Produtores de Batata-Doce de Aljezur, antes deste que já é um dos grandes eventos gastronómicos do Algarve.

Este ano, uma das novidades passa pela introdução «de uma embalagem nova, de cartão, mais bonita e com outra apresentação, para vender batata-doce», explicou.

Além disso, a esta iguaria vai juntar-se outra também com tradição em Aljezur. «Vamos vender amendoins, as tradicionais alcagoitas, na feira. A nossa ideia é começar de forma mais tímida, mas depois, no futuro, estender para outra dimensão», disse.

É que este é um produto que, apesar de ter perdido alguma relevância económica, tem um longo historial no concelho.

 

Manuel Marreiros

 

«Nos anos 80, os agricultores do concelho de Aljezur ganharam muito dinheiro com o amendoim, mas foi um produto que acabou por ficar sujeito a uma grande concorrência. Os agricultores estão a produzir cada vez mais e nós queremos incentivar isso», considerou Manuel Marreiros ao nosso jornal.

Mas, para este certame, que dura até domingo, 1 de Dezembro, a rainha continuará a ser a batata-doce da variedade Lyra, possuidora do selo de Identificação Geográfica Protegida. No Festival, estarão presentes 20 produtores, mais três do que no ano passado.

A oferta gastronómica passará por restaurantes, tasquinhas, street food e uma zona de petiscos, na tenda exterior, que abordará a batata-doce de Aljezur de forma mais descomprometida e leve. Também haverá produtos tradicionais e artesanato, num total de cerca de 100 expositores.

Os doces vão marcar presença, com uma pastelaria variada de base da batata-doce de Aljezur, chocolates, licores, gelados e até uma cerveja. Tudo tendo a iguaria aljezurense como base.

Em termos de vendas, Manuel Marreiros estima que esteja à volta «das 21 ou 22 toneladas» de batata-doce, durante os três de festival, um número «que se tem estabilizado nos últimos anos».

Quanto à produção, correu bem. «A batata-doce não tem medo da seca, desde que haja o mínimo de água para regar. Quando chove muito, na altura da colheita, às vezes é que corremos o risco de perder qualidade, mas isso não aconteceu este ano», explicou ao nosso jornal.

 

Batata-doce assada

 

Estão, por isso, reunidos todos os ingredientes para um festival de sucesso. «Temos grandes expetativas, claro. Este certame já começou há alguns anos, de forma tímida, mas tem evoluído ao longo dos anos. Sentimos que os agricultores estão também a retomar, cada vez mais, a produção de batata doce», acrescentou.

É que, da parte dos consumidores, a procura também tem sido «cada vez maior», em parte devido aos benefícios nutricionais que se sabe que a batata-doce possui. «A produção não é tão grande como gostávamos para o nível de procura. Gostaríamos de ter uma oferta mais forte», considerou.

Para o Município, este é um evento «da maior importância», uma vez que já se impôs «como um grande festival gastronómico a nível nacional».

O certame funciona das 12h00 às 00h00 na sexta-feira e sábado e das 12h00 às 22h00 no domingo. A entrada e o estacionamento são gratuitos.

Em paralelo, haverá, durante o Festival da Batata-Doce, mais um espetáculo do “Lavrar o Mar”, tal como já é tradição. Será o teatro culinário “O Presente de César”, em que haverá bacalhau e também…batata-doce.

Comentários

pub