Falta de combustíveis afeta bombas e Aeroporto de Faro

Greve dos motoristas de matérias perigosas é por tempo indeterminado

A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou à meia-noite de segunda-feira, 15 de Abril, está a afetar o Aeroporto de Faro, que já atingiu as reservas de emergência de combustível. Há também relatos de postos de abastecimento, em muitos pontos do Algarve, sem gasolina ou gasóleo, onde a «situação pode piorar».

Contactado pelo Sul Informação, Francisco Albuquerque, presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), diz ter conhecimento de «dois postos, no Algarve, em situação de pré-rotura», mas, nas redes sociais, há relatos de situações de escassez em cidades como Albufeira, Quarteira e Faro.

Na previsão do responsável, a «situação poderá agravar-se nos próximos dias». A ANAREC também recebeu, entretanto, «relatos de postos de combustível, em zonas como Portimão, a reportar grandes filas de automóveis». Ao que o nosso jornal apurou, a corrida às bombas está a acontecer um pouco por todo o Algarve.

A greve convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) acontece perto do fim de semana de Páscoa, numa altura em que há mais turistas no Algarve e vários eventos a acontecer na região. Há também um maior movimento de passageiros nos aeroportos.

Para minimizar os efeitos desta paralisação, que é por tempo indeterminado, o Conselho de Ministros aprovou, esta manhã, uma requisição civil, que ficará em vigor até 15 de Maio. Segundo o Governo, a medida impõe-se «de modo a assegurar a satisfação de necessidades sociais impreteríveis na distribuição de combustíveis, depois de se ter constatado que, no dia 15 de Abril, não foram assegurados os serviços mínimos fixados».

Segundo comunicado do Governo, «a greve em curso afeta o abastecimento de combustíveis aos aeroportos, bombeiros e portos, bem como o abastecimento de combustíveis às empresas de transportes públicos e aos postos de abastecimento da grande Lisboa e do grande Porto».

 

Foto: Fabiana Saboya | Sul Informação

Também em comunicado, a ANA Aeroportos realça que, no «Aeroporto de Faro, já foram atingidas as reservas de emergência, estando o fornecimento de combustível suspenso, pelas empresas petrolíferas, desde ontem à noite».

Segundo o mesmo comunicado, a ANA Aeroportos informa que «não tendo sido assegurados os serviços mínimos, e em função do tempo necessário para a requisição civil ter efeitos práticos, os nossos aeroportos podem ter disrupções de serviço ao nível operacional».

Apesar desta interrupção no abastecimento, segundo o jornal Observador, «isso não significa que existam já voos cancelados. As companhias foram avisadas e tomaram medidas para gerir a situação que passam por trazer os aviões com destino a estes aeroportos com mais combustível e por reforçar antecipadamente o armazenamento de jetfuel. Podem, contudo, registar-se atrasos. Tudo vai depender de quando é que a requisição civil vai ter efeitos».

Por isso, e tendo em conta que, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, «prevê-se a mesma interrupção de abastecimento de combustível, pelas empresas petrolíferas», os passageiros com voos «nos aeroportos de Lisboa e Faro devem informar-se junto das companhias aéreas».

A ANA «lamenta o transtorno causado aos passageiros e espera que a situação seja resolvida com a máxima urgência pelas autoridades competentes».

A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica, tendo sido impugnados os serviços mínimos definidos pelo Governo, que por isso não estão a ser cumpridos.

 

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