Algarve exige serviços mínimos na greve dos combustíveis

Greve pode trazer consequências nefastas ao turismo, na altura da Páscoa

A Comissão Distrital de Proteção Civil de Faro vai pedir ao Governo que os serviços mínimos, decretados no âmbito da greve dos motoristas de matérias perigosas, sejam alargados ao Algarve e não se restrinjam a Lisboa e Porto. 

Esta comissão, que junta forças de segurança e entidades públicas da região, esteve reunida esta quarta-feira, 17 de Abril, e enviará, ainda hoje, um comunicado ao Governo com este pedido.

Jorge Botelho, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, que esteve presente na reunião, disse ao Sul Informação que «os serviços mínimos devem ser alargados», não se restringindo apenas a Lisboa e Porto, «devido às vicissitudes do Algarve».

«Somos uma região turística e a questão deve ser vista assim. Há muitas pessoas a rumarem ao Algarve nesta altura da Páscoa, inclusive famílias já com alojamentos reservados», considerou.

Esta questão, do alargamento dos serviços mínimos, está na ordem do dia e foi abordada, esta manhã, no debate quinzenal da Assembleia da República.

Fernando Negrão, líder parlamentar do PSD, questionou diretamente o primeiro-ministro António Costa sobre se os serviços mínimos seriam estendidos ao Algarve, «uma das regiões mais turísticas».

Costa admitiu essa possibilidade, dizendo que o Governo «está em contactos para alargar os serviços mínimos a outras áreas geográficas».

Ouvido pelo Sul Informação, Elidérico Viegas, presidente da AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, confessou estar «muito preocupado» com a situação.

«As nossas perspetivas seriam de um grande aumento de procura nesta altura de Páscoa, nomeadamente no mercado interno. Perante as indefinições, admitimos que, muitas pessoas que pensavam vir de férias, desistam», disse.

Por isso, o prejuízo para a hotelaria pode vir a ser «enorme». E, sem turistas nos hotéis, também se ressentem os restaurantes e o próprio comércio.

«A greve é por tempo indeterminado. Não se perspetiva uma solução rápida para o problema e isto criará problemas. Ainda não tenho relatos de cancelamentos de reservas, mas as pessoas estão muito preocupadas e aguardam com grande expetativa», adiantou.

Mesmo para o alojamento informal e local, as consequências são nefastas.

«Há pessoas que têm segundas residências no Algarve, onde fica muita gente, e que, dada esta situação, consideram vir ou não vir passar férias», explicou Elidérico Viegas.

Quanto à questão dos serviços mínimos, o presidente da AHETA revelou ao nosso jornal, que a Secretaria de Estado do Turismo lhe garantiu que também vão abranger o Algarve.

Ainda assim, defendeu o responsável, a região «exige uma solução diferente». «Temos, neste período, mais de 1 milhão de pessoas na região. Temos de garantir as deslocações das pessoas», concluiu.

 

 

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