A mostra de cinema documental «Um Mar de Filmes!» termina no próximo sábado à noite, dia 29, às 21h00, nos Monumentos Megalíticos de Alcalar (Portimão), com a exibição do documentário «Medronho todos os dias (Unedo Omnes Dies), que será acompanhada pela atuação dos Cavaquinhos de Monchique e uma prova da dita aguardente.
Tudo isso, explica Luísa Baptista, responsável pela produção desta mostra, pretende ser também uma homenagem a Monchique, concelho e serra que, em princípios de Agosto, foram atingidos por um devastador incêndio.
Assim, no dia 29 de Setembro, a Rizoma Lab – Associação Cultural fecha com chave de ouro a mostra de cinema documental «Um Mar de Filmes!» e junta-se às comemorações das Jornadas Europeias do Património(JEP), este ano com o tema “Partilhar Memórias”.
«Não podíamos deixar de homenagear, nesta mostra dedicada ao património imaterial, aquela a quem os antigos chamavam de “montanha sagrada”, observada à distância desde Alcalar. Num ano difícil de devastação, torna-se ainda mais emblemático apresentar este documentário, filmado na então verdejante Serra de Monchique – nesta noite, sons, imagens, cheiros e sabores vão estar presentes nas Jornadas Europeias do Património, em Alcalar», explica Luísa Baptista.
Serão três momentos de celebração de Monchique, que começam às 20h30, com a atuação do grupo de Cavaquinhos de Monchique, seguindo-se, meia hora depois, entre as 2 e as 22h00, a exibição do filme «Medronho Todos os Dias (Unedo Omnes Dies)», realizado por Sílvia Coelho e Paulo Raposo.
Este filme acompanha o saber singular do processo de produção da aguardente de medronho e a sua presença por toda a região de Monchique,através da voz (e do corpo) dos destiladores que prolongam esta arte artesanal.
O seu isolamento na serra e o seu paciente labor revelam uma noção particular do tempo e esforço inseparáveis do enraizamento ancestral deste conhecimento empírico.
As filmagens decorreram durante um ano, nas regiões de Monchique e Marmelete, de modo a captar as diferentes fases de produção da aguardente de medronho: desde a colheita do fruto (entre Setembro e Novembro) até à sua destila (entre Janeiro e Março), culminando na celebração coletiva, presente no final do filme através da matança do porco e da espontaneidade do Grupo Coral da Confraria do Medronho.
«Sem pretensões de ilustrar a especificidade inerente à fabricação, este documentário centra-se na experiência individual e mundividência de cada destilador, e é através dela que procuramos encontrar uma ligação profunda a uma herança coletiva e comunitária partilhada», explicam os seus autores.
Com a realização, o som e a imagem a cargo de Sílvia Coelho e Paulo Raposo, o documentário conta com a participação de Joaquim Valério, Joaquim Arracha, Joaquim Teixeira, José Viana, Leonilde Viana, José da Silva, José Rosendo, Grupo Coral da Confraria do Medronho “Os Monchiqueiros”.
A terminar, haverá uma conversa e prova de medronho com APAGARBE – Associação de Produtores de Medronho do Barlavento Algarvio.
Como tudo isto será ao ar livre, além de “mosquitos” (copinhos) de medronho para aquecer a alma, haverá mantinhas à disposição do público. A entrada é livre.
O ciclo «Um Mar de Filmes!» está integrado no DiVaM 2018 – Dinamização e Valorização dos Monumentos – programa cultural organizado pela Direção Regional de Cultura do Algarve e nas Jornadas Europeias do Património 2018 e conta com o apoio do Museu de Portimão/Câmara Municipal de Portimão, Junta de Freguesia de Monchique, Cavaquinhos de Monchique e APAGARBE – Associação de Produtores de Medronho do Barlavento Algarvio.
Programa:
20h30-21h00 – Atuação dos Cavaquinhos de Monchique
21h00 – 22h00 – Exibição de «Medronho Todos os Dias (Unedo Omnes Dies)» – Filme de Sílvia Coelho e Paulo Raposo
22h00 – 22h30 – Conversa e Prova de Medronho com APAGARBE – Associação de Produtores de Medronho do Barlavento Algarvio
:: Uma noite especial: a descida da Serra de Monchique a Alcalar
:: Entrada Livre
:: Há mantinhas e medronho e algumas surpresas
Local: Monumentos Megalíticos de Alcalar – 37°11’52.4″N 8°35’20.8″W
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