Silves perdeu importante defensor do seu património

José Luís Cabrita estava sempre disponível para ajudar e fornecer informações do muito que conhecia da sua terra a quem o procurava, tornando-se a sua casa ponto de visita obrigatório para muitos investigadores

José Luís Cabrita – Foto cedida pelo jornal «Terra Ruiva»

Faleceu José Luís Cabrita, cidadão de Silves, cuja vida foi pautada pela defesa dos direitos de cidadania e pelo estudo e conservação do Património Cultural.

Enquanto vereador da Câmara Municipal de Silves deve-se-lhe a proteção e conservação de vários monumentos, nomeadamente o Poço-Cisterna, hoje Monumento Nacional, o menir dos Gregórios, classificado como Imóvel de Interesse Público, entre outros, assim como a implementação do Museu Municipal de Arqueologia daquela cidade, convencendo toda a vereação da sua importância.

Consciente do valor cultural, social e económico do rico e diversificado património silvense, chamou especialistas ao concelho para nele estudarem diversos aspetos e o divulgarem (José Hermano Saraiva, Caetano de Mello Beirão, Carlos Penalva, Rosa Varela Gomes, Mário Varela Gomes, etc…), embora tivesse sempre em vista a formação de jovens locais naquela área.

Por sua proposta, a Autarquia financiou licenciaturas em História e Arqueologia, assim como cursos relacionados com o património cultural, criando empregos que ainda hoje se mantêm.

Apoiante incondicional das investigações arqueológicas na sua cidade, deve-se-lhe, também, ter sido o primeiro a identificar estruturas e materiais islâmicos no Castelo de Silves, quando se dizia que tudo ali era reconstrução feita pelos Monumentos Nacionais e a descoberta da necrópole da Idade do Ferro de Benaciate, onde encontrou uma estela com longo texto e fragmento de outra com cavaleiro, em relevo, e restos de texto.

Foi, de igual modo, distinto numismata, interessando-se, em particular, por espécimes da 1ª dinastia, tendo chegado a publicar trabalhos sobre o assunto.

Embora algo reservado, encontrava-se sempre disponível para ajudar e fornecer informações do muito que conhecia da sua terra a quem o procurava, tornando-se a sua casa ponto de visita obrigatório para muitos investigadores.

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