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O empresário Jorge Raiado, responsável pela Salmarim, empresa que se dedica à produção de flor de sal é uma das referências de Castro Marim, não tem dúvidas: o concelho onde trabalha e paga impostos «infelizmente estagnou», nomeadamente ao nível do tecido empresarial, mas não só.

«Somos periféricos e com atividades sazonais. O tecido empresarial não tem crescido, falta massa pensante e também um reconhecimento do que podemos promover ou produzir. Essa lacuna mantém-se e não é fácil inverter. Implica tocar em mentalidades», considerou Jorge Raiado.

Partindo dos dados fornecidos pela Pordata e resumidos na infografia que publicamos acima, o Sul Informação pediu ao empresário que fizesse um retrato do concelho de Castro Marim, onde a sua empresa está sediada.

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Sul InformaçãoOs dados agora revelados pelo nosso jornal acabam por surpreender Jorge Raiado, que «não tinha a noção da ausência de jovens», embora esperasse uma taxa elevada de população idosa. Também o número de funcionários públicos o surpreendeu, já que considera que deverão estar «aquém da realidade», considerando que serão muito mais.

Por outro lado, a falta de tecido empresarial nem é a questão que mais surpreende o empresário. «Choca-me o poder local concorrer com o privado. Entendo que devem proporcionar emprego, mas serem operadores de restauração, de comércio…» não deveria ser da sua competência, ilustrou.

E se, atualmente, Jorge Raiado sente «falta de recursos especializados e de uma política coerente», acredita que, com a estratégia certa, Castro Marim pode mudar para melhor.

«Temos uma oportunidade única, uma Reserva Natural que pode proporcionar um turismo eclético e com poder de compra acima da média. É claro que há a pressão das multidões e de soluções fáceis. Mas a política das estatísticas e dos números, mais tarde, traz uma fatura pesada. Somos fiéis depositários de um bem precioso. Trabalho num local privilegiado e com história, numa região de encontro cultural, devido à fronteira», considerou.

O empresário aproveitou para apontar aquela que é, para si, uma das maiores virtudes do concelho: «calmo, com tempo», resume.

E é com o tempo que Jorge Raiado joga, seja como alguém que sente que há pouca dinâmica empresarial em Castro Marim – «dinâmica?» – , seja como responsável por uma empresa sediada num concelho onde, na sua visão, a dinâmica associativa é «inexistente em termos empresariais».

«No Algarve, talvez o NERA… o associativismo empresarial é também estatístico e a maior parte das vezes usado e abusado. Uso o meu bom nome e sempre que necessário coloco-o ao serviço de outros», concluiu Jorge Raiado.

 

NOTA: O Sul Informação está a publicar uma série de 16 artigos denominada «Raio-X dos Concelhos», dedicados a cada um dos 16 municípios algarvios.
As infografias, desenvolvidas pelo nosso jornalista multimédia Nuno Costa, usam dados estatísticos da Pordata.
As pessoas escolhidas para comentar os dados em cada um dos concelhos não estão, tanto quanto possível, ligadas a partidos políticos e residem, têm negócios, trabalham ou nasceram nos municípios em causa.

 

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