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Turismo, a indústria da felicidade

O Turismo é a indústria da felicidade. Independentemente das razões que levam cada um de nós a viajar, o facto é que, quando viajamos, deixamos para trás as preocupações quotidianas e criamos expectativas de diversão, lazer, descontração.

Por outro lado, o Turismo é uma atividade económica que impacta todos os outros sectores. Em Portugal, representa cerca de um quinto da economia e é uma atividade exportadora.

Exportamos produtos, do vinho às bugigangas, que são levados como recordações. Mas vendemos, sobretudo, o imaterial, as sensações, as memórias, a hospitalidade.

festas da cidade de olhao

No Algarve, o Turismo movimenta uma parte substancial da economia, ao ponto de nos esquecermos das outras atividades.

As tradicionais pesca e agricultura subsistem e até nos atrevemos a dizer que o seu papel na economia regional e nacional pode e deve ser muito maior.

A agricultura do Algarve representa apenas 2,5% da área agrícola nacional, mas 10% do valor produzido por esta atividade. E o barco campeão (com maior quantidade de pescado) da pesca portuguesa pertence à Doca de Quarteira.

Não obstante a riqueza produzida, o Algarve não tira daí grandes proveitos. O nosso contributo para o PIB é grande, mas na região fica muito pouco. Todos os indicadores sociais colocam o Algarve como a região mais carenciada do continente.

Do que serve criar riqueza se esta não é aproveitada para benefício de quem contribuiu para isso?

Continuamos com uma mobilidade restrita, onde as ligações ferroviárias são más e insuficientes, a EN 125, a grande rua do Algarve, continua a passar no interior de várias localidades, como Odiáxere ou Olhão, com as inibições que isso implica – valha-nos o fim das portagens na Via do Infante.

Na saúde, continuamos a esperar pelo tão prometido e necessário hospital, mas também faltam médicos, enfermeiros e outros técnicos especializados.

Queremos apostar no Turismo Cultural, mas deixamos os nossos monumentos ao desleixo, com alguns deles em risco de ruir ou então fechados, sem que possam, efetivamente, ser uma mais-valia cultural.

A questão da habitação é inultrapassável, a atingir preços proibitivos para a maioria dos trabalhadores residentes.

No momento em que esta crónica é escrita, ainda não sabemos as intenções de quem nos irá governar.  Mas sabemos que o Algarve precisa de mais investimento, que as assimetrias têm de ser atenuadas.

Esta região tem que continuar a ser um bom sítio para se viver e não apenas para passar férias ou gozar os anos dourados ao sol.

Em vários países, há manifestações contra o Turismo, pelo excesso de pessoas, pelo incómodo que os visitantes provocam no dia a dia dos habitantes locais.

Na nossa região, ainda não estamos na era do turismo excessivo, mas cada vez mais há queixas pelo esquecimento a que a população local é votada em detrimento do que se faz e constrói para satisfazer o turista.

Sendo o Turismo uma atividade que impacta todas as outras, para que possa ser uma verdadeira fonte de riqueza todos temos de beneficiar dela.

Temos de pensar primeiro em quem cá vive e trabalha, criar condições para que se possa desenvolver e criar riqueza, construir infraestruturas que tragam qualidade de vida, proporcionar momentos culturais e de lazer, saber atrair investimento que nos tornem mais atrativos para manter por cá as novas gerações.

Tornar os habitantes locais felizes e orgulhosos. Só assim teremos todos os algarvios, de nascimento e de coração, a contribuir para um Algarve melhor.

O Turismo é a indústria da felicidade, mas só o é verdadeiramente se trouxer benefícios para todos e não apenas para os visitantes e para um restrito grupo que muito ganha e pouco investe na região.

Temos de repensar o modelo que nos trouxe até aqui, crescer com sustentabilidade, que significa usar os nossos recursos, sem comprometer as gerações futuras, sendo capazes de gerar condições de vida, a todos os níveis, que satisfaçam a população local.

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