O Município de Castro Marim pretende avançar com obras de «requalificação, ampliação e modernização» da escola EB 2, 3 de Castro Marim, através de uma candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência que ascende os nove milhões de euros.
Numa nota enviada às redações esta segunda-feira, 19 de Maio, o Município explica que se pretende que «o espaço seja melhorado, adaptado e dotado de condições de utilização mais capazes de responder às necessidades atuais e futuras, uma vez que se trata de um edifício com mais de 20 anos e que não passou por qualquer intervenção».
Atualmente, a escola encontra-se «inadequado em termos de equipamentos, recursos e instalações para dar resposta às metodologias de ensino atuais e futuras, além de não possuir um sistema de climatização e isolamento nas salas de aula».
Além disso, existe a necessidade de aumento do número de salas de aula, através da ampliação de um bloco com dois pisos e pelo reforço estrutural no exterior, adicionando também um elevador e instalações sanitárias na ala oeste.
A autarquia frisa também que a ideia é criar salas que serão consideradas “do futuro”, com uma abordagem a um ensino mais digital, dotadas de equipamentos que «impulsionem um processo de ensino-aprendizagem mais inovador, onde se possa tirar o máximo proveito das oportunidades oferecidas pelo mundo digital, garantindo uma formação mais completa e alinhada com as exigências do século XXI».
«Estas salas de aula do futuro são transformadas fisicamente num ambiente de laboratório tecnológico, com métodos inovadores de aprendizagem através de hardware e software que vão ser responsáveis por estimular a atenção dos alunos e favorecer um aproveitamento escolar positivo», refere ainda a nota.
Uma vez que o limite e capacidade máxima de alunos por sala de aula é de 30, está previsto que a escola fique com um total de 25 salas, totalizando 750 alunos.
Relativamente à mitigação e adaptação das alterações climáticas, Castro Marim propõe que seja melhorado em pelo menos 30% o indicador de desempenho energético relativo ao consumo de energia primária total do edifício, com a utilização de energia limpa e renovável, através da utilização de equipamentos mais eficientes e a aplicação de painéis fotovoltaicos na cobertura.
O edifício será ainda revestido com um sistema de isolamento térmico e todos os caixilhos substituídos por outros com um desempenho energético mais eficiente, ao mesmo tempo que terá equipamentos sanitários que pretendem poupar entre 80 e 120 mil litros por ano.
Para o exterior, foi proposto um campo de futebol de sete jogadores com relvado sintético, um campo desportivo com marcações para basquetebol, duas quadras de badminton, uma horta vertical, a preservação da vegetação existente e a realização de novas zonas verdes.
A criação da horta pedagógica «vai permitir a interpretação e valorização dos ecossistemas ao promover valores de uma agricultura sustentável e biológica, enquanto a vegetação escolhida será autóctone, adaptada às condições climatéricas e ao problema da escassez de água».
Uma das intervenções mais profundas será a substituição da cobertura, uma vez que atualmente ainda integra produtos com amianto na sua composição.
O Agrupamento de Escolas de Castro Marim pretende ainda «fomentar uma escola inclusiva, que seja promotora da igualdade, não discriminatória, cuja diversidade, flexibilidade, inovação e personalização respondam à heterogeneidade dos alunos, eliminando obstáculos e estereótipos no acesso ao currículo e às aprendizagens, com um edifício que será adaptado às necessidades específicas da comunidade escolar com mobilidade condicionada».
Esta intervenção é considerada como urgente segundo o Acordo Sectorial de Compromisso para o Financiamento do Programa de Recuperação/Reabilitação de Escolas, celebrado entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses em 2022, que colocou esta escola como prioritária.