A proposta da Universidade de Évora (UÉ) para abrir um curso de Mestrado Integrado em Medicina foi ‘chumbada’ pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), mas a academia vai reformular e submeter novo projeto.
«Esta não acreditação não nos surpreende, porque, na verdade, é normal, infelizmente, que as formações em Medicina nunca sejam aprovadas à primeira», afirmou hoje a reitora da UÉ, Hermínia Vasconcelos Vilar, em declarações à agência Lusa.
A responsável referiu que a academia alentejana vai «ter em conta» as críticas apontadas na fundamentação da decisão da A3ES para «tentar corrigir naquilo que é de corrigir e ressubmeter, proximamente, uma nova formação em Medicina».
«Vamos procurar resolver aquilo que achamos que são alguns problemas apontados e que merecem resolução, mas fazendo de novo a nossa afirmação de que temos uma formação que achamos que é original, inovadora e com qualidade», defendeu.
O ‘chumbo’ do curso de Medicina na UÉ foi noticiado hoje pelo Jornal de Notícias (JN), tendo a Lusa consultado o processo na página de Internet da A3ES, que foi publicado no dia 28 de Fevereiro deste ano.
Na deliberação, a A3ES faz reparos ao corpo docente e aos membros da equipa de coordenação e alega que «a visão da instituição sobre o projeto educativo está ainda pouco desenvolvida, sendo necessária uma abordagem mais estruturada».
«O plano de estudos e respetivo conteúdo requer revisões significativas para garantir a coerência, integração e inclusão de áreas de conteúdo críticas em falta», salienta a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior.
No projeto, segundo a A3ES, «não se documentaram mecanismos de governação robustos e infraestruturas educativas adequadas no âmbito das parcerias para o ensino clínico» e «está em falta um plano abrangente de desenvolvimento do corpo docente e uma caracterização consistente de uma Unidade de Educação Médica».
«O envolvimento dos tutores médicos no planeamento e implementação, particularmente no que diz respeito a colocações e estágios clínicos, não foi evidente», é também apontado na deliberação.
Nas declarações à Lusa, a reitora da UÉ mostrou-se convencida de que a academia alentejana tem condições para avançar com o curso de Medicina, considerando esta formação «uma aposta essencial para o território e para o país».
«Temos as parcerias, que, aliás, vamos reforçar agora na nova submissão, indispensáveis para assegurar a qualidade do ensino e em conferir aos nossos futuros estudantes condições, inclusive, para terem uma experiência internacional», asseverou.
Questionada pela Lusa, Hermínia Vasconcelos Vilar escusou-se a apontar uma data para a entrega de uma proposta do curso de Medicina, mas não afastou a possibilidade de a formação arrancar no ano letivo de 2026/2027.
«Também já temos o concurso aberto para a nova escola de saúde ser construída e pensamos que conseguiremos avançar também com esta parte. Portanto, acho que temos as condições reunidas para pensar na nova submissão», acrescentou.
A UÉ submeteu há cerca de um ano a proposta de Mestrado Integrado em Medicina, que engloba licenciatura e mestrado, agora chumbada pela A3ES.
Quanto ao concurso público para a apresentação do projeto de arquitetura do futuro Polo de Saúde, a construir junto ao futuro Hospital Central do Alentejo, em Évora, está a decorrer até dia 19 de Abril, na plataforma de compras públicas acinGov.