Matilde Jorge começou o dia com uma derrota nos quartos de final de singulares após desperdiçar um match point, mas terminou este domingo, 13 de Outubro, a celebrar o título de pares no The Campus Carby VW Ladies Open.
Adiada para segunda-feira, a final individual deste ITF W50 organizado pelo complexo multidesportivo da Quinta do Lago com o apoio da Federação Portuguesa de Ténis será discutida entre Kristina Dmitruk e Yasmine Mansouri.
No arranque da jornada, Matilde Jorge (387.ª classificada no ranking WTA) falhou o apuramento para as terceiras e mais importantes meias-finais de singulares da carreira ao ser eliminada pela bielorrussa Kristina Dmitruk (437.ª e ex-216.ª) com os parciais de 4-6, 7-6(0) e 6-4.
A número dois nacional foi a melhor jogadora durante a maior parte do encontro que aconteceu no sábado e chegou a liderar por 6-4 e 5-3 com um match point na resposta, mas perdeu o foco e deixou escapar a vantagem. Dmitruk venceu os sete pontos do tie-break e ainda assinou um break logo no arranque do terceiro set antes da chuva interromper definitivamente a jornada.
Já este domingo, Jorge recuperou a concentração após um par de erros e venceu quatro jogos consecutivos (de 0-2 para 4-2) que a deixaram bem posicionada para alcançar pela primeira vez as meias-finais de singulares de um ITF W50. Mas o esforço feito para assinar o segundo break consecutivo pesou, a portuguesa voltou a cometer erros em demasia e Dmitruk aproveitou para reentrar na discussão e acabar com as aspirações lusas na prova.
«Entrei muito nervosa e mesmo quando consegui virar para o 4-2 senti-nos às duas bastante nervosas. Tentei lutar contra isso, mas do 3-2 para o 4-2 houve um jogo bastante logo e pesado para mim, que me desgastou bastante. Depois disso levei um jogo em branco que a ajudou a recuperar e ela teve mérito por nunca ter largado o osso, esteve sempre presente e nunca me deu nenhuma borla. Podia ter tentado forçar mais o ir à procura do ponto porque ela não estava confortável, devia ter aceitado melhor e estar mais presente naqueles momentos», reconheceu Matilde Jorge depois da eliminação.
Dmitruk regressou ao court na parte da tarde e surpreendeu a francesa Kristina Mladenovic (208.ª WTA e ex-top 10, bem como ex-líder do ranking mundial de pares) por 7-5 e 7-5 para alcançar a terceira decisão do ano e 10.ª da carreira.
Os parciais assinados pela bielorrussa de 21 anos foram os mesmos da vitória de Yasmin Mansouri (411.ª) sobre a compatriota Amandine Monnot (521.ª) na outra meia-final, sendo que a francesa também já tinha atuado de manhã, para consumar a reviravolta sobre a maltense Francesca Curmi (396.ª) — que acabou por desistir com o resultado favorável à adversária por 5-7, 7-6(5) e 4-0 noutro embate que tinha sido interrompido pela chuva no dia anterior.
Aos 23 anos, Mansouri também jogará, no The Campus, a 10.ª final individual da carreira, sendo esta a quinta de um ano em que ainda não conheceu o sabor da derrota em decisões.
Dmitruk e Mansouri vão medir forças a partir das 10h30 de segunda-feira e a vencedora sucederá a Gabriela Knutson na galeria de campeãs do The Campus Carby VW Ladies Open, que este domingo coroou uma portuguesa: Matilde Jorge superou a desilusão nos singulares e celebrou nos pares ao lado de Justina Mikulskyte.
Numa final entre as duas duplas mais cotadas do torneio, a portuguesa e a lituana derrotaram as belgas Magali Kempen e Lara Salden por 2-6, 6-4 e 14-12 após 1h33 em que anularam três match points durante o match tie-break decisivo.
Kempen e Salden começaram o dia com um triunfo por 6-4 e 6-2 sobre Anastasia Grechkina e Manon Leonard nas meias-finais, mas Jorge e Mikulskyte beneficiaram da desistência de Francesca Curmi e Adrienn Nagy e avançaram diretamente para a decisão.
Dois anos depois de vencer a edição inaugural (então um ITF W25) ao lado da irmã mais velha, Matilde Jorge voltou a celebrar no The Campus e conquistou o quinto título da temporada e 21.º da carreira.
A vimaranense de 20 anos subirá cinco lugares no ranking mundial da especialidade, até 119.ª, movimentação que se traduzirá na melhor classificação de sempre, cada vez mais perto do objetivo de entrar pela primeira vez no top 100.
«Estou muito feliz e aliviada por ter terminado este dia com uma vitória. Queria muito ganhar [o título de pares], mas estava a irritar-me muito facilmente, com os nervos à flor da pele, porque não estava lúcida. Depois do primeiro set fomos à casa de banho, ela tentou puxar por mim e eu passei a levar isto de uma forma mais leve, a pensar que não tinha de provar nada a ninguém e que a única coisa no meu controlo era eu dar o meu melhor. E depois estivemos sempre presentes no match tie-break. Estávamos a olhar uma para a outra, bem ligadas e acabou por ser um alívio conseguirmos salvar os três match points», concluiu Matilde Jorge.