Réplicas de desenhos do arqueólogo Cláudio Torres de denúncia do regime salazarista, realizados nos anos 60 do século XX, dão vida à exposição “Salazar 40 Anos?”, que está patente na Biblioteca Municipal de Silves até ao dia 25 de Junho.
Os desenhos em mostra «oferecem uma visão crítica e artística de uma época marcante na história de Portugal, proporcionando aos visitantes uma oportunidade de refletir sobre o impacto social e político do salazarismo através das expressões artísticas da época», segundo a Câmara de Silves.
«A exposição é uma janela para o passado, revelando através da arte as realidades de um regime que moldou a história do país. Não perca a chance de mergulhar nesta viagem histórica e cultural», acrescentam.
A iniciativa decorre no âmbito da programação das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril – “Silves Abril Presente, Liberdade Sempre!”. A entrada é gratuita.
Sobre Cláudio Torres:
Nascido em 1939, em Tondela, Cláudio Torres é fundador e diretor do Campo Arqueológico de Mértola. Fundador e diretor da revista “Arqueologia Medieval”, foi doutor “honoris causa” pela Universidade de Évora (2001).
Prémio Pessoa em 1991, dois anos depois, em 1993, foi investido pelo Presidente da República com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. Desde 2006, membro do Conselho Consultivo do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR).
Entre 1974 e 1986, foi docente de várias cadeiras ligadas à História Medieval na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Entre 1986 e 1996, desempenhou funções de chefe da Divisão Sociocultural da Câmara Municipal de Mértola. Entre 1996 e 2002 (data da sua reforma), foi diretor do Parque Natural do Vale do Guadiana.
Em 2001, foi representante de Portugal no Comité do Património Mundial da UNESCO e, entre 1996 e 2007, presidente da Comissão Nacional Portuguesa dos Monumentos e Sítios – ICOMOS. Entre 2004 e 2012, também foi Coordenador Nacional da Rede Portuguesa da Fundação Anna Lindh.
Além de já ter recebido uma Medalha de Mérito Cultural, outorgada pelo Governo ao arqueólogo em Janeiro de 2020, o nome de Cláudio Torres foi também atribuído ao Museu de Mértola.
Há cerca de uma ano, foi distinguido nos Prémios Europeus do Património Cultural Europa Nostra.