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teatro das figuras faro

Um cocktail inédito para conquistar Faro

Primeiro meteu-se o sumo de laranja, até porque a cor e a liderança não podiam ser outras. Depois, o sumo de limão – e a primeira novidade apareceu. Logo logo a seguir, colocou-se uma aguardente antiga, de 1920, para «os mais tradicionalistas». Houve ainda espaço para a melosa e para um «licor único»: uma amêndoa amarga. Cocktail feito, o primeiro gole: «isto vai convencer!». E assim, de um só trago, se juntaram cinco partidos, numa coligação inédita à conquista de Faro. Quem brindará no final?

A apresentação tinha acabado há momentos. Cristóvão Norte, candidato à Câmara Municipal, havia terminado de discursar – e de empolgar as dezenas de pessoas que se juntaram num final de tarde tórrido, no LAB Terrace, junto à Ria Formosa.

Ao pedido dos jornalistas para prestar declarações, respondeu: «deem-me só um bocadinho que tenho de ir preparar um cocktail».

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Aguçada a curiosidade, todos foram espreitar: atrás do balcão do Lab Terrace, perante muitos risos, Cristóvão Norte prometeu e cumpriu.

Cada um dos partidos da grande coligação – sob o mote Faro Capital de Confiança – foi sendo posto à vez no shaker: o sumo de laranja (PSD), o sumo de limão (PAN), a aguardente (CDS), a melosa (MPT) e a amêndoa amarga (Iniciativa Liberal).

Todos juntos – no mesmo copo, devidamente abanado, e na mesma coligação. «Agora, vou-me atrever, brindando a todos vós», disse Cristóvão Norte.

O veredicto foi rápido: «epá… vocês têm de experimentar. Isto vai convencer! É inacreditável», vaticinou o social-democrata.

Mesmo para quem não provou, uma coisa é certa: é uma bebida e uma coligação inéditas. Nunca, em Portugal, PSD, Iniciativa Liberal, CDS, PAN e MPT (Partido da Terra) se juntaram para concorrer a qualquer eleição.

«Quando nós ambicionamos fazer coisas invulgares, tentamos soluções invulgares e creio que, por força do meu percurso e do Macário Correia [candidato à Assembleia Municipal], isso projeta um capital de confiança», explicou Cristóvão Norte, aos jornalistas, já terminado e bebido o cocktail.

PSD, Iniciativa Liberal, CDS, PAN e MPT são, reconheceu o candidato, «forças políticas com diferenças, mas que se unem para realizar aquilo que ainda não foi feito».

«Se conseguimos juntar o que nunca se juntou, os farenses podem confiar que faremos o que nunca se fez», vaticinou.

Questionado sobre de quem foram partindo os convites, Cristóvão Norte disse que «o estranho, nesta coligação, é que tivemos de fazer muito menos por ela do que aquilo que seria suposto».

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No caso específico do PAN, o também líder da distrital do PSD disse que o convite nem partiu dos sociais-democratas.

«Foi a disponibilidade. Eu sou autor da lei da criminalização de maus tratos e abandono de animais e sempre tive relações institucionais impecáveis com o PAN. Não os acompanho em todas as matérias, mas reconheço-me em matérias nucleares, como a necessidade de tratar todos os seres vivos e como isso deve moldar as sociedades», vincou.

Mas como será a distribuição de lugares elegíveis numa coligação tão ampla? Não haverá partidos mais beneficiados do que outros?

«Esta coligação não tem por base os lugares, mas as figuras e as políticas. Não haverá ninguém a ser mais beneficiado: encontram-se critérios e isso vai disciplinar a distribuição dos partidos em função da sua representatividade», respondeu.

Até porque, na opinião de Cristóvão Norte, o que junta estes partidos é «uma afinidade em relação à visão sobre temas centrais para a capitalidade de Faro».

«E isso molda-se com os partidos de uma forma e com outros de outra. Daí, foi possível fazer essa articulação para que, em cada uma dessas áreas, tenhamos os melhores protagonistas com as melhores ideias», acrescentou ainda.

A tarde contou também com intervenções dos líderes distritais ou concelhios de todos os outros partidos: Saul Rosa (PAN), Manuel Mestre (MPT), Rodrigo Borges de Freitas (CDS) e Daniel Viegas (IL).

CDS, MPT e Iniciativa Liberal são repetentes já das eleições de 2021. As novidade é mesmo o PAN que vincou o apoio às candidaturas de Cristóvão Norte e Macário Correia, querendo projetar um melhor futuro para Faro.

Macário também haveria de falar para usar outra metáfora: «nós voamos, nesta coligação, como um bando de aves que se agrupa, voa em flecha, se reveza na frente e se substitui quando o caminho é mais longo. Nós aqui fazemos o mesmo».

Com ou sem cocktails, depois das eleições, que prometem ser animadas em Faro entre Cristóvão Norte (PSD), António Pina (PS) e, ao que tudo indica, Pedro Pinto (Chega), se verá quem voou mais alto.

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