A programação “Verão em Tavira 2025” vai mergulhar o concelho de Tavira em dois meses de «cultura, natureza e identidade mediterrânica», em Julho e Agosto, arrancando já este sábado com o Cenas na Rua, um festival de teatro físico e artes de rua.
«Durante os meses de julho e agosto, Tavira transforma-se num palco vivo de arte, música, tradição e descoberta», destaca o município de Tavira, em comunicado.
Mais do que um programa cultural, diz a autarquia, o “Verão em Tavira” «é um convite à fruição da cidade, à partilha com a sua comunidade e ao reencontro com o património imaterial que define o Algarve».
«Tavira afirma-se também como a capital cultural da região, com uma programação artística de excelência que valoriza o que é autêntico, contemporâneo e identitário», lê-se, na nota.
Ao longo de dois meses, as artes de rua assumem «um papel central nesta celebração cultural, ao ocuparem os espaços públicos e devolverem às praças, ruas e aos largos da cidade a sua função original de encontro, expressão e convívio».
Por isso, o arranque faz-se com o aclamado Cenas na Rua – Festival Internacional de Teatro e Artes na Rua de Tavira, que leva o teatro, o circo e a performance a vários pontos da cidade com companhias de renome internacional, entre 5 e 12 de Julho.
A francesa Picto Facto, o espanhol Leandre Ribera, mestre do clown poético, a companhia La Corcoles, que se estreia em Portugal com um delicado número de funambulismo, uma produção conjunta dos italianos Circo Carpa Diem e Teatro Necessário e, entre os portugueses, o teatro visual de Teatro Só, a música acrobática de ConCorda, o humor de Enano e a criatividade da estrutura tavirense Armação do Artista são os destaques.
A Praça da República torna-se depois «o coração musical da cidade», acolhendo projetos como a explosiva Fanfare Ciocărlia, o coletivo Bateu Matou, Tiago Nacarato, Moullinex & GPU Panic, Fogo Fogo, Brasa Doirada e Camaleão Azul.
A abertura oficial será com agravação ao vivo do programa “A Casa de Amália”, da RTP1, que, em Tavira, contará com a participação de José Gonçalez, Paulo de Carvalho, Diogo Clemente, Bruno Chaveiro e os Bandidos do Cante.
A programação integra, ainda, ranchos folclóricos, grupos musicais do concelho e a centenária Banda Musical de Tavira – que celebra, este ano, o seu 100.º aniversário –, espetáculos de associações locais nas áreas da dança, música e outras expressões artísticas, e a habitual programação de “Fado no Coreto”, com fadistas da região.
No Jardim do Coreto, vão decorrer ainda dois Grandes Bailes de Verão, com duas orquestras de baile, que «pretendem recuperar as vivências de outros tempos, promovendo o convívio intergeracional e a celebração da cultura popular».
Entre 18 e 20 de Julho, o jazz também marca presença: Mário Laginha & Tcheka fundem piano e sonoridades cabo-verdianas; “Cantigas de Maio” reinterpreta clássicos da música de intervenção com roupagem jazzística; e Elas e o Jazz, com Marta Hugon, Joana Machado e Mariana Norton, homenageiam as Andrews Sisters ao lado da poderosa Big Band da Nazaré.

As feiras temáticas, na Rua do Cais, animam o verão com propostas para todos os gostos: Os Dias do Vinho, de 11 a 14 de Julho; a Feira do Livro, de 17 de Julho a 3 de Agosto; a Feira dos Ofícios, de 6 a 14 de Agosto; a Feira de Antiguidades, entre 16 e 25 de Agosto; e a Feira de Stocks, de 28 a 31 de Agosto.
O Parque do Palácio da Galeria contará com dois concertos imperdíveis: a 30 de Julho, Mayra Andrade, uma das mais aclamadas vozes cabo-verdianas da atualidade, e a 13 de Agosto, Camané presta tributo a José Mário Branco.
No dia 12 de Agosto, será celebrado o Dia Internacional da Juventude, numa parceria entre o município de Tavira e a Associação de Estudantes da Escola Secundária Dr. Jorge Augusto Correia. O destaque da noite será a atuação do DJ Breyth, que promete animar a juventude tavirense e celebrar o seu papel ativo na vida cultural da cidade.
No campo das artes visuais, Tavira apresenta várias exposições de relevo: “Serviço de Apoio Ambulatorial Local”, patente na Ermida de São Roque, reúne obras de Ana Vidigal, Ângela Ferreira, Nuno Nunes-Ferreira e Susana Mendes Silva; “Chuva de Verão”, com obras da Coleção de Arte Contemporânea do Estado de 25 artistas, incluindo Ana Jotta, Paula Rego, Lourdes Castro e José Pedro Croft, entre outros; “Dieta Mediterrânica, Património Cultural Milenar”, que dá a conhecer a importância desta herança na identidade local; “Uma História, Seis Olhares”, no Núcleo Islâmico, onde seis ceramistas contemporâneos dialogam com o passado islâmico; “Olhar o Centro de Tavira”, projeto fotográfico de Augusto Brázio e Nelson D’Aires, que retrata os rostos por trás de 20 estabelecimentos comerciais locais; e uma exposição de arte digital do Museu Zer0 na Ermida de Santana: uma instalação audiovisual do artista Vinicius Ferreira que explora o tema do mar e da água, através de tecnologias de projeção, criando um ambiente imersivo.
A encerrar o “Verão em Tavira”, realiza-se a Mostra de Cinema ao Ar Livre, iniciativa emblemática que este ano celebra 25 anos de existência, em duas sessões: de 17 a 27 de Julho e de 7 a 17 de Agosto, com projeção de filmes premiados, clássicos e obras de autores contemporâneos.
Por todo o concelho, haverá ainda inúmeras outras propostas culturais, promovidas pelas Juntas de Freguesia, associações locais, coletividades e agentes culturais, «descentralização cultural» que reforça «o compromisso do município com o acesso à cultura em todo o território, criando oportunidades únicas de encontro, descoberta e participação comunitária».