O ciclo de encontros “Verão Azul” está de volta a Portimão, pelo quinto ano consecutivo, nos quatro sábados do mês de Julho, sempre a partir das 18h30, com atividades diversas.
Tal como é habitual, a iniciativa, que se inspira no título do livro “Agosto Azul”, da autoria do escritor nascido em Portimão e ex-Presidente da República, Manuel Teixeira Gomes, terá lugar no Jardim 1º de Dezembro, nos quatro sábados do mês de Julho, dias 5, 12, 19 e 26.
Com o objetivo de promover a literatura e os atuais autores portugueses de referência, a iniciativa valoriza, em simultâneo, o Jardim 1º de Dezembro, um espaço nobre da cidade.
Sob o tema “O futuro é já ali – vislumbres da literatura que aí vem”, a quinta edição de “Verão Azul” convida oito prestigiadas, entre ficcionistas, poetas, ensaístas, editores e tradutores, para lançarem a reflexão sobre o futuro da literatura face ao novo paradigma tecnológico da Inteligência Artificial, colocando ainda o foco na questão das vanguardas, no papel da literatura num tempo distópico e no cânone literário por vir.
O ciclo de conversas inicia-se com a sessão no dia 5 de Julho, intitulada “Quem tem medo da Inteligência artificial?”, para a qual são convidados a poeta e editora Maria do Rosário Pedreira e o ensaísta Manuel Frias Martins.
A reflexão centrar-se-á nas questões relacionadas com o impacto da Inteligência Artificial na criação literária, no trabalho dos tradutores, no funcionamento do mercado editorial e nas possibilidades de inovação criativa.

Por sua vez, no dia 12 de Julho, tendo como ponto de partida “Onde páram as vanguardas do século XXI?”, os poetas e ensaístas Pedro Mexia e D. H. Machado questionam os motivos pelos quais os movimentos literários vanguardistas, que rasgaram as convenções e inventaram novas formas de escrita no início do século XX, não têm correspondência no século XXI.
A romancista Tânia Ganho e o historiador de arte Vítor Serrão são os convidados da terceira conversa do mês, no dia 19, cuja temática vai ser o futuro da literatura e da arte, sob o signo da interrogação “Portugal 2050: ainda haverá histórias para contar?”.
«As questões colocadas vão prender-se com o modo como a literatura e a arte podem imaginar o futuro próximo, num momento em que o mundo parece cada vez mais imprevisível e caótico, mas também sobre como pode o futuro ser interpelado através da literatura e da história da arte e os cenários possíveis, entre as ameaças distópicas e a necessidade de manter a esperança», refere a autarquia de Portimão.
Na quarta e última sessão, no dia 26 de Julho, a jornalista e ensaísta Isabel Lucas e o ensaísta Abel Barros Batista vão procurar responder à questão “Que cânone futuro para a literatura do presente?”.
Quantos escritores portugueses sobreviverão ao crivo da posteridade e quem continuará a ser lido daqui a cem anos serão as bases de uma análise mais aprofundada.
Todas as conversas serão moderadas pelo crítico literário José Mário Silva, coordenador da secção de livros do jornal Expresso, e por João B. Ventura ensaísta literário e editor da revista de cultura viageira Zeus, ambos curadores deste evento.

João Mário Silva nasceu em Paris, em 1972, e mora em Lisboa. Licenciou-se em Biologia, mas enveredou pelo jornalismo em 1993, quando começou a trabalhar para o Diário de Notícias.
É autor de “Nuvens e Labirintos”, livro de poesia com o qual ganhou o Prémio Literário Cidade de Almada, “Luz Indecisa” (poesia) e “O Efeito Borboleta e outras histórias” (contos).
João B. Ventura nasceu em Portimão, em 1956, e é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, pós-graduado em Ciências Documentais pela Universidade de Lisboa, e mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação pelo IUL- ISCTE e em Gestão de Instituições e Empresas Culturais pela Universidade de Barcelona.
Com um percurso na docência, foi ainda bibliotecário e diretor artístico do Teatro Municipal de Portimão, para além de Delegado Regional da Cultura do Algarve. É sócio fundador do Instituto de Cultura Ibero-Atlântica, membro da Associação Portuguesa dos Críticos Literários e autor das obras “Bibliotecas e Esfera Pública” e “Um Lápis no Punho”. É codiretor da “Zeus. Revista de Cultura Viageira”, autor na “Meridional. Revista de Estudos do Mediterrâneo” e curador do Festival Literário Internacional de Portimão.