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Há um tempo para tudo, nas nossas vidas, e as sociedades também se regem por tempos. Climaticamente, devia haver na nossa latitude quatros estações, a que nos habituámos: a Primavera, o Verão. o Outono e o Inverno.

Mas, ultimamente, esta separação de tempos tem sido alterada, todos damos por isso – o Outono ainda se consegue aperceber, mas a Primavera desapareceu.

Veja-se este ano: tivemos um Inverno comprido, com chuva e temporal até depois da data em que deveria começar a Primavera, e entrámos directamente para este tempo excessivamente quente, de Verão.

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Estas mudanças climáticas são consequência de causas naturais, mas sobretudo das actividades humanas, tendo aumentado drasticamente as concentrações de gases com efeito de estufa e disso somos regularmente informados pelo IPCC.

Outros sintomas são o recuo dos glaciares a uma velocidade inédita, o aquecimento e acidificação das águas dos oceanos – tudo causas de tragédias e fenómenos extremos.

Podem dizer os negacionistas que sempre houve fenómenos desses – é verdade, mas nunca com a frequência e a gravidade extremas que agora apresentam.

Este ano, o tempo chuvoso mais prolongado teve como consequência o crescimento rápido da vegetação espontânea por todo o território, e que agora, sob esta vaga de calor que se está a abater sobre nós, se vai transformar num potencial e enorme risco de fogos rurais – fogos florestais.

A frequência e dimensão dos fogos florestais começou a verificar-se depois de terem sido extintos quer os guardas-florestais, quer o Serviço especializado a que eles pertenciam. Foi uma medida implementada em 2006, integrada na máxima neoliberal de que teríamos menos Estado e por isso melhor Estado.  O resultado vê-se todos os anos…

E chegámos agora ao Tempo dos Fogos, talvez um pouco mais cedo que o normal, dizem alguns devido às mudanças climáticas – mas não passam de uns maldizentes…

O combate aos fogos florestais é, desde há muito, um negócio chorudo e a investigação, anunciada agora pela Polícia Judiciária sobre empresas   que fornecem os meios aéreos, vem levantar uma ponta do véu sobre a dimensão do negócio.

As áreas florestais deixaram de ser visitadas pelos guardas que obrigavam os proprietários a limpar os terrenos, assim como obrigavam os madeireiros, depois do abate das árvores, a retirar toda a matéria combustível. Alguém hoje faz estes trabalhos?…

E rearborizar? Milhares de hectares de encostas e serras, escalvadas pelos incêndios, são chagas abertas no património florestal português. Alguém se importa com isso?…

Estamos no Tempo dos Fogos e que todos os deuses do firmamento nos salvem, porque dos homens não esperamos grande coisa.

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