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Festival MED já deixa “Sodade” e ainda nem começou

A exibição do documentário “Sodade”, de Sarah Grace, e uma conversa sobre literatura cabo-verdiana dão o mote para o início da programação do Festival MED já este fim de semana, 21 e 22 de Junho, em Loulé.

Apesar de o emblemático festival só arrancar oficialmente no dia 26, com o programa de concertos, há uma programação paralela que servirá para abrir o apetite e que terá Cabo Verde, país convidado do MED, como protagonista.

Assim, já este sábado, dia 21, acontecerá uma conferência sobre literatura cabo-verdiana, a partir das 17h30, na Casa da Cultura.

vila do bispo

Os convidados serão os escritores José Luiz Tavares e Dina Salústio. No âmbito de “Falas Afrikanas”, projeto editorial de obras e autores africanos, neste dia será apresentado, por Raja Litwinoff, um catálogo sobre a produção literária do país.

Nascido na Ilha de Santiago, José Luiz Tavares tem colaboração em jornais e revistas de Cabo Verde, Portugal e Brasil. De entre os vários prémios que recebeu destaca-se o Prémio Mário António de Poesia 2004, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian à melhor obra de autor africano de língua portuguesa e de Timor-Leste publicada no triénio 2001-2003, com o seu primeiro livro publicado, “Paraíso Apagado por um Trovão”.

Já a poetisa e escritora Dina Salústio é natural da Ilha de Santo Antão. Sócia-fundadora da Associação dos Escritores Cabo-verdianos, da Sociedade Cabo-verdiana de Autores, membro-fundador da Academia Cabo-verdiana de Letras e do PEN Clube de Cabo Verde, foi galardoada, entre outros, com o Prémio RDP África Literatura para a Lusofonia (2021).

Quanto ao filme “Sodade”, realizado pela cabo-verdiana Sarah Grace, é apresentado no dia 22 de Junho, no Solar da Música Nova – e remete para o emblemático tema de Cesária Évora.

A película, distinguida internacionalmente, explora temas profundos como amor, traição e ódio, através da história de personagens que vivem os desafios e dilemas da diáspora. Filmado nas belas e impactantes paisagens vulcânicas da Ilha do Fogo, “Sodade” destaca-se pela sua cinematografia e é primeiro filme cabo-verdiano a ser distribuído comercialmente em salas de cinema em Portugal e noutros territórios internacionais.

Quanto à exposição “Cartografias Transatlânticas”, dos artistas Fidel Évora, Jacira da Conceição, Amadeu Carvalho e Carlos Noronha Feio, é inaugurada esta sexta-feira, 20 de Junho, às 17h30, com curadoria de João Serrão e Ricardo Vicente.

“Cartografias Transatlânticas” é a exposição que pode ser visitada nos dias do Festival, na Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo, e que tem inauguração marcada para a próxima sexta-feira, 20 de junho, pelas 17h30.

Esta mostra reúne o trabalho de quatro artistas cuja ligação a Cabo Verde é simultaneamente íntima e deslocada.

Apesar de viverem fora do Arquipélago, com ele constroem um diálogo contínuo — silencioso por vezes, mas sempre presente. As suas obras revelam como o país se prolonga para além das suas fronteiras físicas, expandindo-se nas vozes e práticas daqueles que, de fora, continuam a habitá-lo afetivamente.

Fidel Évora propõe, com a série “Fake Self-Portraits”, um jogo entre identidade e ficção, presença e construção. Jacira da Conceição invoca, através de cerâmica, ferro, tecido e vídeo, a força da linhagem feminina africana. Amadeu Carvalho apresenta “50 Faces Incógnitas – Retratos de Ausência”, uma série de retratos sem nome que assinalam os cinquenta anos da independência de Cabo Verde. Carlos Noronha Feio encerra este percurso com uma instalação sonora e visual onde Cabo Verde e o Atlântico se escutam mutuamente. 

A exposição prolonga-se até 19 de Julho.

Todas as iniciativas deste fim de semana dedicado a Cabo Verde são de entrada livre.

«Este programa espelha a riqueza cultural de um país-irmão, com quem o concelho de Loulé tem fortes laços de amizade. Este fim de semana vai ser uma oportunidade imperdível para o público ficar a conhecer melhor este país», nota Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé.

Já o diretor do Festival MED garante que se vai «arrancar da melhor forma esta 21ª edição do Festival MED».

«E porque este é um evento multidisciplinar, apesar de ter a sua tónica na world music, é importante também valorizarmos as outras manifestações artísticas. É precisamente isso que iremos fazer nestes três dias, termos aqui uma montra desta abrangência cultural, que se irá prolongar pelos dias do Festival. Convidamos todos a juntarem-se a nós para celebrar Cabo Verde!», conclui Carlos Carmo.

jf-quarteira

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