Um bilhete diário a 5 euros, exclusivamente destinado ao dia de arranque, quinta-feira, 17 de Julho, copos reutilizáveis e o redimensionamento do espaço são as três principais novidades da 43ª Concentração Internacional de Motos de Faro, que espera 20 mil motards. A nova direção do Moto Clube de Faro assegura, porém, que não quer transformar o evento num festival de Verão.

«Faro passou a ser conhecido pela sua Concentração, em Portugal e no estrangeiro. É um grande evento de um grande motoclube a nível mundial. Um bem-haja ao Moto Clube de Faro (MCF) e eu, como motociclista, digo-vos isto: obrigado a todos!»

Um dia depois de chegar a Faro, integrado na 10ª edição da aventura mototurística Portugal de Lés-a-Lés, coube ao conhecido ator e motard Vítor Norte a honra de, com aquelas palavras, abrir a conferência de imprensa de apresentação da 43ª edição da Concentração Internacional de Motos de Faro.

Uma iniciativa formal, a um mês de distância do evento, que marca, de certo modo, uma diferença imposta pela nova direção do MCF, face à anterior, liderada por José Amaro, que há cerca de sete meses concluiu uma etapa de mais de quatro décadas no cargo.

«Quisemos mostrar às pessoas que estamos a trabalhar. Queremos fazer uma boa concentração para todos e achámos que seria importante fazer esta apresentação para transmitir a todos os motards que está tudo preparado», justificou o novo presidente do Moto Clube de Faro Pedro Baptista, ladeado pelo presidente da Câmara Municipal de Faro Rogério Bacalhau, pelo presidente da Federação de Motociclismo de Portugal Manuel Marinheiro, pela vice-presidente da RTA Fátima Catarina, e pelos restantes membros da sua direção.

A organização da edição de 2025 está assim «a andar a passos largos» e «há coisas que vão ser diferentes, umas delas por obrigação, mas também por defesa do ambiente, o que já é obrigatório», anunciou o dirigente.

Essa mudança em prol do ambiente, que já foi feita por outros grandes eventos, passa pela utilização de copos reutilizáveis. «Deixa de haver o copo só de um uso, como era normal nos outros anos», disse, mas os copos «serão sempre lavados e totalmente higienizados», para evitar «problemas de contaminação».

«Acreditamos que vai funcionar bem e temos uma estrutura bem montada para isso. É o primeiro ano e vai obrigar a alguma habituação», acrescentou Pedro Baptista.

Outra novidade passa pela criação de um bilhete diário, com um custo de 5 euros, exclusivamente destinado ao dia de arranque da concentração, 17 de Julho, «o dia ideal» por ser aquele em que costuma haver menos pessoas no recinto.

«Nunca tinha acontecido. As pessoas poderão, por um custo de 5 euros, ter acesso à experiência da concentração. Há muita gente, na cidade de Faro e ao redor, que ouve falar da concentração, mas nunca foi à concentração. Este ano, foi criado este bilhete para quem quiser vir», afirmou o presidente do Moto Clube de Faro.

Este ingresso terá também um cariz solidário, com 1 euro a reverter para a Cruz Vermelha Portuguesa.

A inscrição oficial continuará a custar 65 euros – com direito à tshirt, jantar de sábado, e pequeno-almoço e almoço de domingo –, sendo esperados 20 mil motards, dentro dos números dos últimos anos.

O espaço da concentração, no Vale das Almas, também foi redimensionado, sem perder as zonas de espetáculo e de sombras. «Neste momento, conseguimos garantir muito mais pessoas. Quem quiser vir a Faro, não vai ser problema, vai haver espaço para todos», garantiu Pedro Baptista, que antecipou poucas mudanças em termos de segurança, matéria em que tudo «tem funcionado bem» nos últimos anos.

As zonas de acampamento continuarão iguais, com lotação para 12 a 15 mil pessoas, e também se mantém a zona específica para crianças. «Temos uma estrutura para as crianças, com um sistema elevado de segurança. Os pais podem ficar totalmente descansados», assegurou.

A concentração pretende ser, portanto, «cada vez mais em ambiente familiar», mas «é uma concentração de motos, não é um festival de Verão que nós pretendemos», avisou Pedro Baptista, reforçando: «A única coisa que vai ser sempre é uma concentração. Apesar de haver música, o espírito fundamental são as motos.»

A animação também está prometida na baixa de Faro, como tem sido normal em anos anteriores, com concertos durante três dias. E continuarão disponíveis autocarros a fazer a ligação da cidade à concentração.

Quanto ao cartaz musical, a nova direção do MCF optou «principalmente» por artistas portugueses e «uma noite de fado» no sábado.

Na quinta-feira, 17 de Julho, sobem ao palco The Peakles, The Black Mamba e Bubba Brothers.

No dia seguinte, 18 de Julho, atuam os Calle del Ruido, Moonspell e Blasted Mechanism.

Por fim, o palco principal recebe, no sábado, dia 19 de Julho, Sara Correia, The Waterboys e Hybrid Theory.

O presidente da Câmara Municipal de Faro, Rogério Bacalhau, também ele motard, deu «os parabéns» a Pedro Baptista «pela coragem» de ter assumido «a missão» de liderar o Moto Clube de Faro, depois de uma longa etapa com o histórico José Amaro, que elogiou por, com uma vertente solidária e de utilidade pública, ter dado a volta «a uma certa imagem» de má fama vinculada aos motards.

«O que nos move é fazer mais e melhor, e isto não é uma crítica a quem esteve. Todos nós devemos muito ao Zé Amaro. Tem que ver com uma nova direção, que traz sangue novo, ideias novas e isso é sempre positivo», frisou.

O autarca de Faro revelou ainda que, em 2026, a cidade algarvia vai acolher a partida do próximo Portugal de Lés-a-Lés, depois de na terça-feira ter sido palco da chegada na edição deste ano.

Fotos: Edgar Pires | Sul Informação