Alunos do Agrupamento de Escolas João da Rosa, em Olhão, e de Armação de Pêra e representantes da Associação de Defesa do Ambiente Bioreef AP estiveram em Nice, França, para participar na 3ª Conferência das Nações Unidas para os Oceanos (UNOC3).
A conferência teve como principais objetivos «proteger 30% da superfície do Oceano até 2030 (30X30), chamar a atenção para a necessidade de impedir a mineração no mar profundo, as artes de pesca destrutivas como o arrasto de fundo, e a cada vez maior poluição por plásticos no Oceano».
Em representação da Associação de Defesa do Ambiente, a Bioreef AP, que zela pela proteção da Área Marinha Protegida da Pedra do Valado, foi o professor Nuno Magalhães.
A deslocação só foi possível graças ao apoio de uma bolsa, atribuída pela Fundação Oceano Azul, que permitiu a deslocação de dois membros da Bioreef AP – Miguel Rodrigues e Nuno Magalhães – e de dois alunos, que foram representar as áreas marinhas protegidas do Algarve e também os resultados internacionais do Mini 30X30.
Os alunos escolhidos foram a Maria Luísa Rodrigues, mergulhadora e ativista ambiental de Armação de Pêra, e Francisco Teles Dias, selecionado entre os alunos da Escola João da Rosa, em Olhão, onde o professor Nuno Magalhães leciona.
Numa nota enviada à redação do Sul Informação, Nuno Magalhães explica que «a conferência foi um local privilegiado para estabelecer contactos com outras organizações do ambiente, nacionais e internacionais, mas também com entidades governamentais».
O representante Miguel Rodrigues foi convidado para integrar um painel de discussão, em que a comunidade de Armação de Pêra foi tomada como um exemplo a seguir pela importância do envolvimento das populações locais na conservação das áreas marinhas protegidas.
Durante o evento, os alunos integraram o grupo que apresentou os principais benefícios das áreas marinhas protegidas. Também foram eles que apresentaram os resultados do Mini 30X30, desafio que foi lançado aos alunos das escolas de todo o mundo, para selecionarem os principais benefícios das AMP.
Esses resultados foram apresentados numa cerimónia com a presença do enviado especial das Nações Unidas para o Oceano, Peter Thomson.
Além desses eventos, o grupo participou no desfile de navios de investigação e navios-escola representante dos países presentes, entre o Mónaco e Nice, a bordo do Navio Almirante Santa Maria Manuela.
«A Conferência teve importantes resultados práticos: um grupo de 50 países já ratificou o Tratado do Alto Mar, em que as nações se comprometem a controlar a exploração sem regras das águas internacionais, e há importantes movimentações para impedir a mineração do mar profundo, prática extremamente destrutiva e poluente que ameaça o Oceano», lê-se na nota.
Quanto a Portugal, Nuno Magalhães diz que o governo anunciou a criação da área marinha protegida do monte submarino do Gorringe, localizado a Sudoeste do Cabo de São Vicente, em Sagres.
«A criação dessa nova AMP fará com que Portugal passe dos 19% para 27% da sua área marinha efetivamente protegida, já muito próximo dos ambicionados 30%. Portugal é assim um exemplo para todo o mundo, no que toca à protecção do Oceano», remata o professor.
