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Festa com comunidade de Alvor celebra Prémio Silletto do Centro Interpretativo do Salva-Vidas

A comunidade de Alvor é convidada a celebrar, no próximo domingo, 1 de junho, na Antiga Lota, a recente atribuição, ao Centro Interpretativo do Salva-Vidas de Alvor, do Prémio Silletto de Participação e Envolvimento Comunitário 2025.

A festa, promovida pelo Museu de Portimão, cuja equipa tem trabalhado em conjunto com os alvorenses para criar o Centro Interpretativo agora premiado, começa às 17h30, na Antiga Lota de Alvor.

A iniciativa incluirá um momento de confraternização com “comes e bebes”, seguido da visualização do vídeo de apresentação do Centro Interpretativo, «numa celebração sentida e partilhada com todos os que ajudaram a construir este projeto».

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«A comunidade está calorosamente convidada a participar nesta festa de orgulho, identidade e gratidão», salienta o Museu de Portimão.

O Centro Interpretativo do Salva-vidas de Alvor (CISA), inaugurado em dezembro de 2023, é um projeto do Município de Portimão, concretizado através do Museu de Portimão, em parceria com a Junta de Freguesia de Alvor.

Está instalado na antiga estação salva-vidas de Alvor, imóvel que sofreu obras de remodelação e museografia para se transformar num núcleo museológico, continuando, porém, a albergar o barco salva-vidas a remos, a sua peça central, que esteve ao serviço de 1933 a 1974.

O Prémio Silletto de Participação e Envolvimento Comunitário, tal como o Sul Informação noticiou em primeira mão no domingo, foi atribuído durante conferência anual dos European Museum of the Year Awards (EMYA), promovida pelo European Museum Forum, entre 21 e 25 de maio, em Bialystok, na Polónia. Na mesma ocasião, decorreu a cerimónia de entrega de prémios ao melhor do que se faz na Europa dos museus.

Sul Informação

O Prémio Silletto é atribuído a equipamentos museológicos que, inaugurados nos últimos quatro anos, tenham demonstrado excelência no envolvimento da comunidade local a nível do planeamento e desenvolvimento de projetos de museus e de património.

A Fundação, que dá o nome a este galardão, celebra o envolvimento profundo, contínuo e fortalecedor entre o museu e os seus parceiros, onde o equipamento cultural se assume como um ponto de orientação e referência no centro das suas comunidades, sejam elas locais, nacionais, globais.

É esta a base do Centro Interpretativo do Salva-Vidas de Alvor, um espaço de exposição alusivo às artes de pesca, mas que também se foca no desenvolvimento de atividades que envolvam os visitantes, ao mesmo tempo que colabora com a comunidade em torno do seu património e costumes locais.

O espaço é considerado um espelho da história do quotidiano piscatório desta comunidade, desde os tempos em que os barcos eram a remos e à vela e os pescadores se orientavam pela estrela norte, até à atualidade com as suas transformações e desafios.

A missão do Centro Interpretativo é «refletir, salvaguardar e valorizar este rico património marítimo local», explica o Museu de Portimão.

O núcleo museológico criado em Alvor tem como objetivo valorizar a história e esta identidade da comunidade piscatória. Um fator que ganha contornos de maior importância numa altura em que o trabalho do pescador foi perdendo visibilidade e valorização social.

Para contrariar esta realidade, é realizado diariamente um trabalho empenhado para dignificar o futuro desta comunidade piscatória, através do Museu de Portimão.

Neste sentido é relevante o estudo etnológico que está a ser elaborado atualmente pelo Museu de Portimão sobre a pesca de palangre em Alvor e que procura registar o seu funcionamento de acordo com os seus processos de trabalho e organização social.

O objetivo é salvaguardar e perpetuar esta pesca tradicional, artesanal e sustentável, uma das menos predatórias e poluentes, e, de igual forma, valorizar quem a pratica, havendo a intenção da sua inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, um instrumento de trabalho criado no âmbito da Convenção da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial.

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“O Salva-vidas: O Remar de uma Comunidade”

Este sentimento de pertença e de orgulho, que é transposto para esta celebração, está patente desde o passado.

Aliás, ainda está bem presente na memória da comunidade o facto de, em 1983, após o encerramento do posto de salvamento, a Marinha Portuguesa ter tentado levar o salva-vidas para o Museu de Marinha em Lisboa, sem sucesso, pois os habitantes de Alvor revoltaram-se, soldaram os portões da estação, partiram o carril por onde o barco descia e não permitiram que o mesmo saísse dali.

Esta história oral foi o ponto de partida para o Museu trabalhar, lado a lado com a comunidade, e conceber o Centro Interpretativo como um espaço de interpretação da memória coletiva sobre a história do salva-vidas “Alvor” e do seu papel como símbolo de proteção, resiliência e solidariedade das gentes do mar.

Por isso, é a comunidade que conta a sua história ao longo da exposição “O Salva-vidas: O Remar de uma Comunidade”, através de ecrãs, de equipamentos interativos e de objetos, documentação e fotos doados.

Outro detalhe curioso é que o espaço expositivo está equipado com carris para que o barco salva-vidas possa continuar a sair do Centro para o rio, uma vez que é um objeto museológico vivo, elemento central da procissão local em honra dos pescadores, que contempla uma parte do percurso via marítima.

O projeto do Centro Interpretativo do Salva-vidas de Alvor foi apoiado pelo CRESC Algarve 2020 – Programa Operacional Regional do Algarve.

A conversão da antiga estação e do barco salva-vidas a equipamentos museológicos resultaram de um protocolo de cooperação entre o Ministério da Defesa Nacional e o Município de Portimão, celebrado em 2017.

Outras entidades constituíram-se como colaborações fundamentais neste projeto, como o Instituto de Socorros a Náufragos, o Arquivo da Marinha, o Instituto Hidrográfico, o Museu da Marinha e outros equipamentos de vocação marítima como o Museu de Ílhavo.

Localmente, foi essencial a colaboração de entidades ligadas à comunidade, como a Associação dos Pescadores Profissionais de Alvor, a Santa Casa da Misericórdia de Alvor, Associação Cultural Recreativa Alvorense e ainda a Capitania do Porto de Portimão.

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