Daniel Santana, que em Outubro de 2024 tinha sido indicado como candidato à Câmara de Olhão pelo PSD local, retirou o seu nome da corrida depois de meses à espera de validação. O líder do PSD/Algarve não põe em causa o seu sentido de compromisso, mas diz que o partido ainda procura «o protagonista» com as «condições ideias» para retirar o «poder hegemónico de 50 anos» ao PS.
«No dia 19 de maio de 2025, enviei uma missiva ao presidente da Distrital do Algarve do Partido Social Democrata, solicitando que fosse retirada a proposta do PSD-Olhão com a indigitação do meu nome como candidato à Presidência da Câmara Municipal», revelou, em comunicado, Daniel Santana.
Apesar de «ter sido aprovada por unanimidade», no mês de outubro do ano transato, pela Comissão Política de Secção de Olhão, liderada por António Andrade, a proposta «ainda não tinha sido colocada à votação pela Comissão Política Distrital», justificou o vereador da Câmara de Olhão, eleito em 2021, na altura como “nº 2” da lista liderada por Álvaro Viegas.
Santana entendeu que, a cerca de 4 meses das Autárquicas, «não haveria condições para conseguir, em tão reduzido espaço de tempo, liderar uma candidatura à presidência da Câmara Municipal num projeto político aglutinador», que viesse a obter nas urnas «os resultados ambicionados».
«Quando aceitei o convite do PSD/Olhão para encabeçar a lista à autarquia olhanense, sentia que, com a minha experiência e capacidade política adquirida nos 20 anos de trabalho como autarca, assim como pelo atual panorama de instabilidade do Partido Socialista a nível local e de descrédito do PS nacional, seria possível derrubar, pela primeira vez, o PS nas eleições para a Câmara Municipal de Olhão», sublinhou o agora ex-candidato.
Daniel Santana acrescentou que deu «o tempo possível e aceitável» aos órgãos do PSD para tomarem uma decisão em relação à sua candidatura, manifestando-se ainda «disponível para o Partido no que estiver» ao seu alcance.
«Fi-lo agora, sobretudo, pelo Partido Social Democrata no sentido de dar oportunidade aos órgãos do Partido de encontrarem a melhor solução para apresentarem aos olhanenses e de prepararem uma nova candidatura vencedora», argumentou.
Contactado pelo Sul Informação, Cristóvão Norte, presidente do PSD/Algarve, lembrou que o partido procura ter, «em todas as autarquias, os candidatos que melhor se podem afirmar como alternativa».
«Temos todo o respeito e consideração por Daniel Santana e pela sua disponibilidade, e não desejamos pôr em causa nem diminuir o seu sentido de compromisso», frisou o dirigente social-democrata.
Mas, continuou Cristóvão Norte, «o entendimento que prevaleceu» no órgão regional, «em articulação próxima» com a Comissão Política Nacional do partido, foi que «era imperativo prosseguir diligências no sentido de verificar quem seriam os protagonistas que dispunham das condições ideais para acabar com o poder hegemónico do PS em Olhão há 50 anos», o que, do ponto de vista do PSD/Algarve, «não é saudável em democracia».
Essas diligências «prosseguem», mas o PSD conta apresentar em breve aos olhanenses «um candidato que mereça a sua confiança» e que possa ser «uma alternativa forte», capaz de «abrir uma nova página» no município.
«O nome do candidato será articulado entre todos os órgãos do partido, desde a Comissão Política concelhia à Comissão Política Distrital e à Comissão Política Nacional. Será fruto de um trabalho de articulação muito próximo», concluiu.
Em Olhão, Ricardo Calé, atual vice-presidente no executivo liderado por António Miguel Pina, será o candidato do PS, enquanto o Chega avança com Ricardo Moreira, recentemente eleito deputado.
As eleições Autárquicas de 2025 ainda não estão oficialmente marcadas, mas devem ter lugar entre final de Setembro e início de Outubro.
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