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O Bloco de Esquerda (BE) do Algarve condenou hoje a polémica da barraquinha da Semana Académica do Algarve que usou mensagens sexualizadas, considerando a reação da Associação Académica da Universidade do Algarve (AAUAlg) «manifestamente insuficiente».

«Ao longo da última década, foram recolhidas imagens de partes íntimas de mulheres sob o efeito de álcool, com um “consentimento” que não vale o papel em que está escrito, para posterior divulgação em redes sociais. Embora o assédio e a violência sexual possam afetar todos os géneros, é inegável a predominância esmagadora de vítimas do género feminino», refere o Secretariado da Comissão Coordenadora Distrital do BE/Algarve.

Movimentos feministas denunciaram esta semana que a barraquinha do curso de Engenharia Mecânica estava “decorada” com desafios de cariz sexual em troca de shots grátis, o que gerou reações da Universidade do Algarve, que abriu um inquérito, e da AAUAlg, que mandou retirar as mensagens «mais sexualizadas».

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Os bloquistas entendem que situações como esta «têm sido sistematicamente ignoradas, desvalorizadas ou até normalizadas dentro da comunidade académica e pelas entidades que deveriam zelar pelo bem-estar estudantil».

O comunicado da AAUAlg «é, por isso, manifestamente insuficiente», sublinha o BE.

«Ao focar-se unicamente nas frases misóginas presentes na decoração da barraca de Engenharia Mecânica — que, por si só, já constituem um ambiente hostil, humilhante e discriminatório para as mulheres — ignora o problema fundamental: a normalização do abuso sobre o corpo e a imagem de estudantes», assinala a estrutura regional do partido.

Para os bloquistas, «é precisamente esta banalização da violência que sustenta uma cultura académica marcada pelo silêncio, pela vergonha e pela impunidade».

O comunicado do BE cita Diana Lourenço, estudante de Sociologia na Universidade do Algarve e membro do partido: «O facto de esta prática existir há vários anos não a torna aceitável, apenas revela o quão enraizado está o problema.»

A aluna universitária considera que «é difícil compreender como, num ambiente universitário, se tenha permitido durante tanto tempo que este tipo de práticas fossem vistas como algo normal, quando, na verdade, sempre foi sinal de que algo estava profundamente errado».

O BE espera que o inquérito aberto pela UAlg «se traduza em responsabilizações concretas e em medidas efetivas para prevenir futuras ocorrências, em especial a revisão dos limites de idade para o acesso ao recinto sem acompanhamento parental», que atualmente pode ocorrer a partir dos 12 anos.

Os bloquistas reforçam ainda as campanhas contínuas de sensibilização na comunidade académica sobre violência de género, assédio e violência sexual, a constituição dessas questões como crimes públicos, e a criação de um posto de denúncia e de serviços de apoio psicológico e encaminhamento judicial na Universidade e durante os eventos académicos, possibilitando às vítimas os primeiros socorros psicológicos.

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