Dois fogos T2, de construção pública, vão começar a ser construídos no coração da aldeia de Alte. A consignação da obra aconteceu esta terça-feira, 15 de Abril, e as obras arrancam «dentro de dias».
«O edifício, com origens no século XIII e enquadrado na arquitetura tradicional popular local, encontra-se devoluto e praticamente em ruínas. O projeto prevê uma construção totalmente nova, que integrará dois fogos de tipologia T2. As infraestruturas de águas, esgotos, eletricidade e telecomunicações encontram-se obsoletas pelo que serão renovadas no âmbito desta empreitada», diz a Câmara de Loulé.
A obra, que durará um ano, significa um investimento de quase 325 mil euros.
Integradas na Estratégia Local de Habitação do Município de Loulé, estas duas residências destinam-se ao arrendamento acessível, para famílias de rendimentos intermédios.
«Precisamos fazer mais pelo nosso interior! O interior tem que fixar pessoas, demografia, atividade económica, vida social, para que as aldeias continuem a viver e a prosperar no futuro, sob pena de perdermos aquilo que é típico, genuíno e absolutamente diferenciador no nosso Algarve», disse o vice-presidente da Câmara de Loulé, David Pimentel, reportando-se à génese da Estratégia Local de Habitação, que arrancou em 2018.
O presidente da Junta de Freguesia de Alte, António Martins, realçou o «simbolismo» desta obra que vai muito além da construção de dois fogos.
«Alte é a aldeia mais bonita do Algarve, temos bastante turismo, mas não temos residentes. Como quase todo o interior do Algarve, Alte está em rápido processo de desertificação. E a política de habitação da Câmara tem quer ser um dos instrumentos fundamentais para combater esta desertificação», referiu, notando a falta de casas no interior ou os avultados valores das poucas existentes.
Como lembrou este responsável, a freguesia de Alte corre o risco, já nas próximas eleições, de não ter um número suficiente de eleitores para ter uma junta a tempo inteiro devido ao declínio de habitantes. Alte é uma das aldeias mais turísticas do Algarve, com 100 mil visitantes por ano, e apenas 1544 habitantes, muitos deles estrangeiros.
David Pimentel lançou o desafio à construtora para que a empreitada seja concretizada «tão breve quanto possível». Joaquim Bompastor, da empresa Ideias Explícitas, assegurou que tudo será feito para que esta obra seja realizada “dentro da qualidade que merece”.