A 5ª edição do Festival Literário Internacional de Querença (FLIQ) realiza-se de 19 a 21 de Setembro e vai homenagear a escritora algarvia Lídia Jorge. Nomes como Viriato Soromenho-Marques, Guilherme d’Oliveira Martins e Pilar del Río vão estar presentes.
A Fundação Manuel Vieigas Guerreiro, que organiza a iniciativa, assume, num comunicado enviado à imprensa, que a edição deste ano terá «um elevado valor simbólico, tecendo-se sob a trama de “Os grandes navios da Terra, homenagem a Lídia Jorge”».
Os três dias do FLIQ terão como farol o poema narrativo “Alfarrobeira do caminho”, da autoria da escritora de Boliqueime.
Investigadores, ensaístas, poetas e tradutores nacionais e estrangeiros vão participar na iniciativa. Música, leituras, várias exposições artísticas e documentais e outras instalações ampliam em conjunto o singular e notável legado de Lídia Jorge, em múltiplas dimensões.
Viriato Soromenho-Marques, Guilherme d’Oliveira Martins e Pilar del Río são alguns dos nomes convidados para abrir ou encerrar cada um dos dias do FLIQ, respetivamente: 19, 20 e 21.
As conversas serão alimentadas por outros conferencistas também já confirmados. Entre eles, António Sáez Delgado, Catherine Dumas, José Carlos Barros, Luís Cardoso, Maurício Vieira, Maria da Conceição Brandão, Nazaré Torrão, Paulo Guerra, Pierre Léglise-Costa e Rogério Canedo.
Ao leme da moderação dos dois painéis de sábado, intitulados “Caminhos para o Mundo” e “A escrita da Terra”, estarão Manuel Célio Conceição, professor associado na Universidade do Algarve, e Maria João Costa, jornalista da Rádio Renascença.
A Orquestra do Algarve, pela mão de Pablo Urbina, será responsável pelas primeiras sonoridades do FLIQ, na sexta-feira à noite. “Pelos fios dos versos, assim a casa seja” titula as leituras musicadas de Amélia Muge e Filipe Raposo, agendadas para sábado, dia em que se sumaria também a presença de um grupo juvenil do Conservatório de Música de Loulé.
A celebração da Literatura irá decorrer em vários palcos, interiores e exteriores, emoldurada pelo património vegetal e geológico de Querença. O Percurso Eco-Botânico Manuel Gomes Guerreiro, o Auditório e a Praça da Fundação, o Centro de Estudos Algarvios Luís Guerreiro e toda a área envolvente da aldeia vestem-se de palavra, da prosa à poesia, dos contos infantis aos romances, da dramaturgia às crónicas e às teses académicas sobre a obra de Lídia Jorge.
A escritora reúne três cátedras da Língua Portuguesa: a mais recente, de 2024, da Universidade Federal de Goiás (a primeira da rede Camões no Brasil a homenagear uma escritora); a da Universidade UMass Amherst, no Massachussets, EUA (2022); e a da Faculdade de Letras da Universidade de Genebra, Suíça (2020).
Lídia Jorge tem vindo a ser reconhecida através de prémios literários nacionais e estrangeiros, entre eles o Prémio Albatros da Fundação Günter Grass, o Prémio FIL de Literaturas em Línguas Românicas de Guadalajara ou, mais recentemente, o Prémio Médicis Étranger (2023) pelo romance Misericórdia.
Nota para a também recente distinção: as insígnias de Commandeur de l’Ordre des Arts et des Lettres – a mais alta distinção cultural atribuída pelo Ministério da Cultura francês.