O grupo de cidadãos que lançou a petição para acabar com as obras que estão a decorrer em plena Reserva Natural Local da Foz do Almargem e do Trafal vai organizar um protesto esta quarta-feira, 2 de Abril, às 20h00, em frente ao centro autárquico de Quarteira.
De acordo com o grupo, este será apenas o primeiro de um conjunto de protestos que vão decorrer ao longo do mês de Abril.
Numa nota enviada à imprensa na semana passada, os contestatários denunciavam que já havia «maquinaria pesada» a entrar no local e que, «para a instalação das cercas, foram destruídos terrenos, plantas e habitats nativos».
«Pouco depois, iniciaram o abate de árvores – não apenas dentro do terreno privado, mas também fora dele, abrindo caminho para as máquinas passarem. O impacto foi agravado com a preparação para a construção de um grande restaurante e um estacionamento para 300 carros dentro da floresta», acrescentavam.
De acordo com a petição, que às 11h00 desta quarta-feira já contava com 2 560 assinaturas, apesar de ter sido a promotora da classificação daquela zona como Reserva Natural Local, a Câmara de Loulé «licenciou projetos de construção antes».
Esta terça-feira, 1 de Abril, Vítor Aleixo reagiu às acusações, afirmando que «está tudo bem», que tudo é legal e até haverá medidas compensatórias, como a plantação de 133 sobreiros, em contrapeso ao abate de 23 pinheiros.
Em declarações ao Sul Informação, o presidente da Câmara de Loulé explicou que, quando foi constituída a Reserva Natural, «não podia ignorar o que já estava definido» previamente, no Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC).
«Já estava previsto haver ali um apoio de praia, com estacionamento, para regrar o acesso e com várias medidas de compensação, como iluminação e eliminação de plantas invasoras», justificou.
«Nós temos confiança de que o investidor vai cumprir o que está aprovado. As pessoas, quando vão à praia, precisam de local para estacionar, de sítios para beber uma água, para irem à casa de banho… Terão ali um apoio de praia que já estava previsto. Por isso, está tudo bem», disse ainda.
Numa nota enviada à imprensa na tarde de hoje, a Câmara Municipal também garantiu que «cumpriu tudo o que está previsto na legislação em vigor em termos de urbanismo», adiantando que este apoio de praia era o «único do concelho inscrito nos planos de praia que ainda não estava implantado».
Gostava de saber se os pequenos proprietarios que continuam a pagar os seus impostos serão de algum modo indemnizados pela opção (certa) da Câmara em transformar aquela zona em reserva natural