Catarina Martins, eurodeputada do Bloco de Esquerda e antiga líder do BE, reuniu-se esta segunda-feira, 3 de Março, com o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Algarve. Um dos temas em cima da mesa foi o caso do Centro Oncológico, com os bloquistas a apontarem culpas a Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé (PS).
O objetivo desta reunião foi «conhecer a situação da saúde no Algarve, nesta que é uma das maiores e mais subfinanciadas ULS do país e que se depara com mais de 20 mil utentes sem médico de família».
Nesta reunião, segundo o Bloco, «discutiu-se ainda a questão do Centro Oncológico do Algarve» que «parece estar definitivamente encerrado, visto que se perspetiva a sua inclusão» no futuro Hospital Central.
Isto apesar de a administração da ULS «ter a expetativa da compra do equipamento de radioterapia para breve».
Nesta polémica, o Bloco de Esquerda diz lamentar que, «depois de tantas expectativas criadas», para se «resolver um problema grave ao se submeter doentes oncológicos a viagens longas, se chegue a 2025 e o Algarve volte à estaca zero».
Para o BE, há «claras responsabilidades políticas por parte do executivo camarário de Vitor Aleixo (PS) cuja decisão a este respeito ninguém compreende».
Nesta reunião, Catarina Martins «ficou a conhecer os esforços e iniciativas que a administração liderada por Tiago Botelho relataram no sentido de melhorar a organização e o funcionamento desta unidade local de saúde, nomeadamente no que diz respeito ao acesso dos algarvios aos cuidados de saúde».
«No entanto, nota que esta unidade lida com um subfinanciamento crónico a vários níveis, e sobretudo com uma enorme dificuldade em contratar recursos humanos, numa região com cada vez mais equipamentos de saúde privados, os quais absorvem médicos que fazem falta no Serviço Nacional de Saúde», diz o BE.
Para a eurodeputada, esta dificuldade é «consequência de políticas liberais que fomentam o aparecimento de novos equipamentos de saúde privada e de políticas salariais que precarizam a prática da medicina no serviço público de saúde».