O Sul Informação, jornal única e assumidamente online, foi lançado em 26 de Setembro de 2011 por um grupo de três jornalistas: o Hugo Rodrigues, o Nuno Costa e a Elisabete Rodrigues.
Com idades e graus diferentes de experiência, tínhamos em comum o facto de termos trabalhado juntos num outro jornal regional, impresso, do qual nos tínhamos despedido em Agosto desse mesmo ano, por uma razão que agora, infelizmente, volta a estar na moda: porque tínhamos meses de salários e subsídios em atraso.
Decidimos lançar o Sul Informação, que é desde então e até hoje propriedade dos seus trabalhadores (jornalistas e do setor administrativo e comercial), bem como de alguns amigos do jornal, através de uma associação cultural criada para o efeito, a Página em Branco. Todos somos donos do jornal!
O Sul Informação surgiu num contexto de crise no Algarve e no país (a famosa crise da Troika). Na nossa região, por esses anos e desde então, fecharam vários semanários, quinzenários ou mensários (o Algarve nunca teve um jornal diário), enquanto as rádios locais ficaram reduzidas a meia dúzia, se tanto.
Não era, por isso, uma boa maré para lançarmos um jornal, mas era isso que sabíamos e gostávamos de fazer, por isso arriscámos. Era nossa intuição que o online seria o futuro e que era possível fazer muito mais e melhor do que se fazia até então.
Investimos no jornal o nosso trabalho e tempo. O site do jornal foi feito, com base num template WordPress, por um dos elementos da equipa fundadora, o Nuno Costa. E começámos sem um cêntimo de publicidade ou de apoio, fosse de que entidade fosse. Apenas, citando a frase tão batida, mas aqui tão apropriada, com o nosso «sangue, suor e lágrimas».
No início, diziam que éramos doidos ao lançar um jornal só online e até nos perguntavam frequentemente quando é que lançávamos «um jornal a sério», ou seja, impresso. Ainda hoje nos perguntam isso, imagine-se! Mas só pode ser gente muito desatenta, porque nestes doze anos e pouco que o Sul Informação já leva de vida impusemo-nos como o jornal de referência no Algarve e até expandimos a nossa área de influência para o Baixo Alentejo, tendo mesmo criado um segundo título, o Alentejo.Sul Informação, devidamente registado na ERC.
Algo que ajuda a explicar o nosso sucesso é o facto de estar no ADN da nossa equipa fazermos trabalho jornalístico próprio, indo aos locais falar com as pessoas e conhecer as realidades, ainda que isso tenha mais custos e demore mais tempo. Tanto fazemos reportagem em Faro e Portimão, como em Monchique e Alcoutim ou Odemira e Mértola. Se há matéria noticiosa, vamos lá!
Para assinalar a nossa primeira década de vida, pensámos num projeto completamente diferente. E, em 2022 (em rigor, no nosso 11º aniversário, por causa da pandemia), lançámos a Revista DOIS, uma revista impressa, anual, com grande qualidade gráfica e com conteúdos intemporais, incluindo grande entrevista, grandes reportagens, crónicas de personalidades conhecidas, fotografia de alta qualidade, sugestões de lifestyle, etc.
Ou seja, a mesma equipa que faz o jornal online Sul Informação, todos os dias e a todas as horas, resolveu comemorar uma data marcante lançando um projeto completamente diferente e, de certo modo, contra corrente: uma revista impressa. Foi um sucesso! A revista teve uma primeira edição de 5000 exemplares, foi distribuída em todo o país, e vendeu, em banca e por encomenda direta, perto de 1500 exemplares. O design deste primeiro número da nossa revista DOIS recebeu um Prémio Lusófono de Criatividade.
Em Junho de 2023, repetimos a dose, com o nº2 da DOIS, e o sucesso manteve-se, muito idêntico. No início de Julho de 2024, lançámos o nº3 e já estamos a preparar o nº 4 da DOIS, a editar em finais de Junho próximo.
No dia 12 de Fevereiro de 2025, mantendo a aposta na inovação, o Sul Informação lançou um novo website, este em que nos está a ler, que representa um “virar de página” na história do jornal e na sua relação com os leitores.
Mais do que uma simples atualização do layout (já tínhamos feito duas nos últimos anos, desde que o Sul Informação foi lançado em 2011), desta vez, trata-se da construção de um site inteiramente novo, de raiz, que tem de facto um layout novo, mas que também tem funcionalidades novas, sendo mais versátil e facilitando a vida tanto aos nossos leitores, como aos próprios jornalistas.
E quanto à nossa sobrevivência financeira?
De início, quando o jornal foi lançado, vivíamos dos nossos subsídios de desemprego, escassos. Depois, a pouco e pouco, foi surgindo alguma publicidade. Não tínhamos redação fixa, trabalhávamos em casa.
Mais tarde, e graças a uma parceria que estabelecemos com a Rádio Universidade do Algarve, conseguimos um cantinho na RUA para trabalhar.
Porque somos considerados um start-up inovadora, fomos depois para o ninho de empresas da Universidade do Algarve, onde ainda funciona a nossa redação, em instalações hoje bem maiores e dignas.
As nossas receitas provêm da publicidade – de Câmaras Municipais, outras entidades públicas, empresas regionais e nacionais. Só por uma vez recebemos publicidade institucional do Estado e foi no âmbito daquele apoio durante a pandemia.
As nossas receitas provêm ainda dos donativos dos leitores (que durante a pandemia foram fundamentais) e, cada vez mais, de projetos e candidaturas que apresentamos, a entidades nacionais (Incentivos à Imprensa Regional), mas agora sobretudo a entidades internacionais (European Journalism Center, Google, Journalismfund Europe, etc), para financiar projetos de inovação, trabalho de reportagem, etc.
Para garantir a nossa independência, a aposta é cada vez mais nessas candidaturas e projetos.
Mas obviamente que não rejeitamos a publicidade, tanto no jornal online, como na revista DOIS.
E incentivamos os nossos leitores a apoiar-nos diretamente, uma vez que todos os conteúdos do jornal online são gratuitos. Curiosamente, temos muitos leitores estrangeiros a apoiar-nos a esse nível.