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Era «um peixe que não cabia dentro do barco». Foi assim que a ministra de Saúde se referiu esta quinta-feira, 6 de Fevereiro, ao projeto do Centro Oncológico de Referência do Sul (CORS), que deveria ser construído no Parque das Cidades, mas que, garantiu Ana Paula Martins, «vai ficar» incorporado no futuro Hospital Central do Algarve. 

A polémica em torno do CORS foi um dos temas de uma reunião plenária da Assembleia da República, com a ministra da Saúde a ser interpelada por Jamila Madeira, deputada algarvia do PS e ex-secretária de Estado da Saúde.

Ana Paula Martins apontou culpas à Câmara de Loulé, dizendo que foi informada das irregularidades no processo por Francisco Ramos, antigo secretário de Estado da Saúde (PS) e responsável pela equipa que estuda a futura PPP (Parceria-Público Privada) do Hospital Central.

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«O Centro Oncológico de que fala tinha uma volumetria e um plano funcional que não cabia no terreno que a Câmara disponibilizou», criticou a governante, em resposta a Jamila.

A ministra da Saúde garantiu, ainda assim, que as valências que iriam compor o Centro Oncológico, que iria tratar os doentes com cancro no Algarve, não se perderão. E deu uma novidade.

«Os algarvios não vão ficar sem o plano funcional que estava nesse centro que não chegou a ser centro e que não tinha dinheiro para ser centro porque vai ficar no Hospital [Central] do Algarve», disse.

De resto, a governante também anunciou que, no próximo dia 12, haverá uma reunião para se «avançar» com a obra do Hospital Central.

Este anúncio já mereceu duras críticas do PS que, em nota de imprensa, relembra como o PSD apoiou o projeto quando estava «na oposição».

O Centro Oncológico de Referência do Sul seria «uma unidade de saúde projetada para tratar 3.500 algarvios por ano que fazia parte da Lei do Orçamento de Estado e que tinha 8 milhões de euros de financiamento europeu já aprovado no âmbito do programa regional 20/30», dizem.

«O PSD, no Algarve e em Lisboa, sem coragem para assumir que são contra a construção desta Unidade Oncológica pública, tudo têm feito nos últimos dias para arranjar um bode expiatório. Diz o PSD que o projeto da Unidade Oncológica é superior ao terreno. O projeto do CORS implica a construção de 7 mil metros quadrados numa área de 311 mil metros quadrados. Por aqui se demonstra que “o peixe não é maior que o barco”, como erradamente parece ter sido informada a ministra da Saúde na Assembleia da República», lê-se.

Nesta nota de imprensa, o PS também defende que se opte pela opção de rever o Plano de Pormenor do Parque das Cidades, tal como foi proposto esta semana, numa conferência de imprensa, pela Câmara de Loulé, liderada pelo socialista Vítor Aleixo.

«Ninguém, em parte alguma de Portugal, deixou ou deixará alguma vez de construir uma unidade hospitalar porque o índice de construção previsto num plano de ordenamento se revela insuficiente para responder às necessidades de um equipamento de interesse público como um hospital. A federação do PS Algarve exorta a ministra da Saúde a reconsiderar a sua posição que resulta de informação deliberadamente errada e que aceite a disponibilidade publicamente manifestada pela Câmara de Loulé para proceder a uma alteração simplificada do Plano de Pormenor do Parque das Cidades», diz.

Os socialistas criticam ferozmente esta opção do Governo por ser também um disfarce para «entregar a saúde dos algarvios a empresas privadas».

«A unidade oncológica do Algarve tem um financiamento europeu aprovado de 8 milhões de euros e está inscrito no Orçamento de Estado de 2025. Será que o PSD Algarve considera que teriam que ser os algarvios a custear todo o investimento? Em que outra região do país foi consignada uma verba desta envergadura de fundos europeus regionalizados para financiar uma unidade de saúde? Será que o Algarve e os algarvios não contribuem o suficiente para a economia do país para também terem cofinanciamentos do Orçamento de Estado para um hospital oncológico?», conclui.

No Algarve, sabe o Sul Informação, há quem tema que esta inclusão do Centro Oncológico no Hospital Central acabe por atrasar todo o processo em, pelo menos dois anos, uma vez que poderá ser necessário reformular não só o programa funcional, como o próprio projeto da futura unidade hospitalar.

 

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