Para este mês de fevereiro, no Algarve, temos os lançamentos de:

A ETERNIDADE, do autor António Manuel Venda, pela On y va editora.
Escrito ao longo de pouco mais de um ano, a partir de maio de 2023, e em diversos lugares, desde a América do Sul à Península Ibérica,
A ETERNIDADE retoma uma ideia do autor, expressão bem no final de «debaixo dos amieiros», poema do livro «Voar».
São vinte poemas apresentados em português, mas também em castelhano, língua em que alguns têm as suas versões originais.

INERTES, do autor Vítor Gil Cardeira, pela Coleção Espúria, com a editora Sílabas e Desafios.
É um livro que mistura poemas, narrativas poéticas, desenhos e pinturas que constituem os materiais granulosos e irregulares que compõem a argamassa ígnea da vida.
Materiais arrancados ao chão generoso que nos enformam e recebem no leito do pó definitivo.
Por certo, nada do que resta na inércia dos dias se metamorfoseará no silêncio dos gritos infames. Inertes serão os que arriscam navegar nas falhas, cicatrizes abertas, do que nunca conhecerão.

MONTANHAS E RIOS SEM FIM, de Gary Snyder com tradução de Cobramor, pela Traça editora.
Este livro é um poema épico composto por trinta e nove poemas. Iniciado em 1956 e terminado com a versão final em 1996, a obra é dividida em quatro partes, cada uma explorando um tema diferente.
Em versos simples e marcantes, o lendário poeta Gary Snyder tece um discurso épico sobre os tópicos de geologia, pré-história e mitologia.
Publicado pela primeira vez em 1996, este trabalho marcante abrange tradições artísticas asiáticas, bem como narrativas nativas americanas e filosofia zen budista celebrando os elementos díspares da Terra, céu, rocha, água, enquanto explora a conexão humana com a natureza demonstrando uma sabedoria impressionante.
Vencedor do Bollingen Poetry Prize, do Robert Kirsch Lifetime Achievement Award e do Orion Society’s John Hay Award, entre outros, Gary Snyder encontra o seu silencioso brilhantismo celebrado nesta edição de uma de suas obras mais preciosas.
Gary Snyder é uma figura central da geração beat, a par de Allen Ginsberg e Jack Kerouac (que o imortalizariam Os Vagabundos do Dharma), Gary Snyder (n. 1930) é «o poeta laureado da ecologia profunda» e a voz inspirada de uma nova consciência ambiental. É também o último dos beats ainda vivo e esta é a sua primeira obra poética traduzida na totalidade para língua portuguesa.

E A MORTE DOS UNICÓRNIOS NO LABIRINTO DO MINOTAURO, do autor Leonel Ventorim, também pela Traça.
Eis um pequeno excerto que traduz o cariz desta obra: “o coração parou e transformou-se num alojamento local onde agora só se hospedam sentimentos passageiros é uma boa maneira de não sofrer pensa enquanto ao espelho faz a barba de seis dias sua cliente habitual e nas ruas do bairro popular e tradicional os antigos pregões são agora decorações para turista ver saídos de um restaurante de fado genuíno onde um beduíno a camelo é fumado sem filtro e o choque entre o xaile negro e o coração vermelho jorra pela boca da fadista artista das dores d´alma”.
Boas leituras, e até para o mês que vem.
Obrigado por fazer parte desta missão!