As obras começaram em 2021, ainda não acabaram totalmente, mas, se tudo correr bem, até ao final do ano todo o lar da Santa Casa da Misericórdia de São Brás de Alportel vai estar «de cara lavada». A empreitada de ampliação já está pronta e enche de orgulho o provedor Júlio Pereira.
Esta primeira fase, que engloba a ampliação e uma primeira parte da remodelação do edifício, foi inaugurada este sábado, 25 de Janeiro.
O projeto tem décadas, «enfrentou um processo burocrático durante anos», mas, devido a três linhas de financiamento (Fundo Rainha Dona Leonor, CRESC Algarve 2020 e Município de São Brás de Alportel), conseguiu chegar a bom porto.
Por agora, o que está pronto é a ampliação do lar e uma primeira remodelação. Continuam, no terreno, as obras de renovação do restante edifício do lar.
«Todo o lar vai ser remodelado e vai ficar de cara lavada. Não vamos ter dois lares, mas só um e isso é importante para não criar nenhum sentimento de injustiça: uns ficarem no espaço novo, outros no velho. Daí o esforço ser nesse sentido, até por uma questão de justiça e conforto», explicou, ao Sul Informação, Júlio Pereira, provedor da Santa Casa da Misericórdia de São Brás de Alportel.
O objetivo é que, «até ao final do ano», tudo esteja pronto, o que está «dependente do andamento dos trabalhos».
Estas obras partem também «de uma necessidade e da exigência dos tempos, até em termos de legislação».
«Nós estamos em 2025 e hoje todos temos novas necessidades e um conceito de conforto diferente. As coisas mudaram e acredito que os próximos utentes que entrem num equipamento deste género comecem a ter um grau de exigência a nível da Internet, por exemplo», acrescentou.
Com esta intervenção de ampliação, a capacidade do lar passou para 85 utentes no lar residencial, mais 10 do que atualmente. Ainda assim, lamentou Júlio Pereira, a lista de espera mantém-se grande.
«É algo que nos entristece e que é transversal às Misericórdias e às IPSS. Queríamos dar resposta, mas é manifestamente impossível. É um número sempre a subir e uma sensação de impotência», confessou o provedor.
Certo é que o feedback dos utentes e das famílias tem sido «muito bom». «Simbolicamente, antes da inauguração, abrimos-lhes as portas e só ouvimos coisas boas. É o que nos dá alento», disse Júlio Pereira.
Para o provedor, é também necessário reconhecer, cada vez mais, que a « institucionalização dos idosos é muito mais solução do que aquilo que se defende».
«O apoio domiciliário é uma das possibilidades, das soluções, mas quando chegamos a um determinado grau de dependência, o lar dá-nos uma série de soluções e quem está no terreno sabe disso», acrescentou.
Por isso, esta série de obras no lar da Misericórdia de São Brás é vista com orgulho por Júlio Pereira.
«Isto significa criar mais condições de conforto, mais respostas para quem precisa e isso é o mais importa. Só assim faz sentido estarmos aqui», concluiu.
A inauguração desta ampliação e da primeira fase da remodelação contou com as presenças de D. Manuel Neto Quintas, bispo do Algarve, José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, Margarida Flores, diretora distrital da Segurança Social, e Vítor Guerreiro, presidente da Câmara de São Brás de Alportel.
José Apolinário, presidente da CCDR/Algarve, sublinhou e agradeceu a parceria criada com a Santa Casa da Misericórdia, o Município de São Brás de Alportel e o Fundo Rainha Dona Leonor, bem como as diversas entidades ligadas ao projeto, que permitiu avançar com instalações para 22 novos utentes e aumento das valências e qualidade de serviço no centro de dia e SAD.
«Os programas regionais e os fundos europeus de coesão necessitam de ser defendidos na sua dimensão regional e de decisão de proximidade, com adaptação às especificidades de cada região», sublinhou e defendeu o presidente da CCDR/Algarve.