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Ao todo, são 65 câmaras de videovigilância espalhadas pelos locais da cidade que atraem mais pessoas e onde é maior o fluxo de trânsito. Albufeira apresentou, esta segunda-feira, o seu novo sistema de videovigilância, que é operado pela GNR e entrou em funcionamento em 30 de Dezembro passado, a tempo da movimentada passagem de ano.

Esta é, aliás, uma «operação inovadora» para a GNR já que, como salientou o coronel Marco Henriques, comandante territorial de Faro, trata-se do primeiro sistema de videovigilância a cargo da Guarda em todo o Algarve.

No entanto, avisou, as 65 câmaras não vão «substituir o policiamento» de rua. «Ainda há poucos dias foram colocados mais sete militares no Destacamento de Albufeira [da GNR], na lógica de que o policiamento é insubstituível», acrescentou aquele responsável.

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José Carlos Rolo, presidente do Município de Albufeira, defendeu que «o papel mais importante das câmaras de videovigilância é dissuadir o crime».

Recordando que o processo começou em 2019 e levou cinco anos a entrar em funcionamento, o autarca revelou que este é um investimento na ordem dos «900 mil euros», já que não se trata apenas de comprar câmaras de vídeo, tendo sido preciso instalar uma rede de fibra ótica e de postes, entre outros equipamentos.

 

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José Carlos Rolo, presidente da Câmara – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

O tenente-coronel Paulo Santos, 2º comandante do distrito de Faro, explicou que as 65 câmaras foram instaladas na Baixa de Albufeira, na Avenida Sá Carneiro, e ainda na zona das rotundas dos Descobrimentos, do Inatel, das Três Palmeiras e do Globo. Fica assim assegurada a cobertura das áreas da cidade com mais movimento de pessoas, nomeadamente nas ruas dos bares de Albufeira e da Oura, bem como das principais entradas.

As câmaras são dotadas da «última tecnologia», dispondo de capacidade de «analítica do vídeo», «grande resolução e alcance». A tecnologia instalada permite ainda «definir alertas e realizar pesquisas». Tem ainda um «sistema de alerta e prevenção de atos de vandalismo contra as próprias câmaras».

Podem ainda ser usadas imagens de drone com leitura térmica, como aconteceu na passagem de ano. O drone permitiu recolher imagens noturnas da multidão que acorreu à Praia dos Pescadores, ligando essas imagens ao sistema de videovigilância.

Toda a operacionalização é assegurada pela GNR e apenas alguns militares com formação específica é que terão acesso ao sistema instalado nas duas salas de visualização, uma no quartel da Guarda em Albufeira, outra no comando territorial em Faro.

Como salientou o tenente-coronel Paulo Santos, em caso de necessidade, as imagens recolhidas serão uma «ferramenta importantíssima no apoio à investigação criminal da GNR», mas também da Polícia Judiciária ou da PSP.

 

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Coronel Marco Henriques – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

Mas será que Albufeira tem assim tanta criminalidade?

De acordo com os dados disponibilizados pelo INE já este mês de Janeiro, Albufeira é o concelho do país com a maior taxa de criminalidade, com 9,47 crimes por 100 habitantes, sendo os crimes mais comuns os contra o património (42,5%), contra a integridade física (9,8%), condução de veículo com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 gramas por litro de sangue (7,6%).

Ora, como explicou o presidente da Câmara na sessão de apresentação do sistema de videovigilância, «é preciso ver como é que essa taxa é calculada». É que os dados do INE pegam nas estatísticas de crimes no concelho – na sua esmagadora maioria crimes leves, como «dobrar um sinal de trânsito ou destruir uma papeleira» – e dividem pela população permanente do concelho, que ronda os 44 mil habitantes.

Só que, na realidade, «quem alimenta essa quantidade de crimes são as 400 mil, 200 mil, 100 mil pessoas», incluindo turistas e pessoas que trabalham no concelho mas não residem aí, que estão permanentemente no território.

Já o coronel Marco Henriques, comandante distrital da GNR e ex-comandante do destacamento de Albufeira, portanto bom conhecedor do concelho, tinha dito o mesmo: «a estatística baseia-se nos habitantes e não nas pessoas efetivamente presentes, o que adultera os resultados».

Por isso, a taxa apontada pelo INE «não está justa em relação à realidade», frisou José Carlos Rolo, «não corresponde minimamente à verdade».

«Não estamos num concelho inseguro, nem numa cidade insegura», garantiu o presidente da Câmara Municipal.

 

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O sistema de videovigilância em funcionamento – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

Agora que o sistema de videovigilância já está a funcionar nos pontos nevrálgicos da cidade, o autarca anunciou que, «caso se venha a verificar que é necessário» e «depois da avaliação desta primeira fase», a ideia é avançar para uma «segunda fase», noutros pontos estratégicos.

Mas José Carlos Rolo fez votos de que «as câmaras sejam mais para dissuasão do que elemento de prova» de eventuais crimes.

O concelho de Albufeira, concluiu o presidente da Câmara, «não é inseguro como tem sido veiculado» e a videovigilância só irá «dar uma maior perceção de segurança aos residentes e turistas».

Depois de Albufeira, «estão na calha» projetos de videovigilância sob a alçada da GNR em Lagos, Praia do Carvoeiro e Vilamoura.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

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