Garantir um espetáculo mais «completo e abrangente», com «mais adeptos» de ciclismo a celebrarem os seus ídolos durante mais tempo no alto do Malhão, em Loulé, são os objetivos da 5ª e última etapa da 51ª edição da Volta ao Algarve, que encerrará em formato de contrarrelógio.
O anúncio da grande novidade da “Algarvia” para 2025 foi efetuado esta quinta-feira pela Federação Portuguesa de Ciclismo, em conferência de imprensa realizada na sede da Região de Turismo do Algarve (RTA), em Faro.
Além desta mudança na derradeira tirada, também a subida à Fóia, na 2ª etapa, será efetuada pelo lado norte, num troço mais exigente, ao contrário do habitual, outra novidade no conceito global de oferecer etapas para todos os perfis de corredores, com locais de partida e chegada repetidos, mas com novas soluções para agradar às equipas estrangeiras.
«A grande novidade é mesmo o último dia, que nos traz a chegada ao Malhão por via de um contrarrelógio individual e não por uma etapa normal. Esperamos que possa ter mais adesão de público, porque o espetáculo vai ser mais completo e abrangente. Em vez de uma chegada fugaz, de dois ou três minutos, temos uma chegada de duas ou três horas, para todos verem ciclismo e apoiarem os ciclistas, cada um, de forma individual», disse aos jornalistas Cândido Barbosa, novo presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, que tomou posse há quase um mês.
A 51.ª Volta ao Algarve promete emoções fortes até às últimas pedaladas e tudo começa em Portimão, local do grande arranque da corrida, dia 19 de Fevereiro de 2025, com um percurso de 190 quilómetros que tem meta em Lagos.
No dia seguinte, a 2ª etapa da “Algarvia” começa em Lagoa, prolonga-se por 177,6 km e termina no ponto mais alto da região, a Fóia, no concelho de Monchique, mas com subida pela vertente norte da serra, com zonas de inclinação menos constantes e alguns troços de maior dificuldade, já depois da subida da Pomba, o que aumentará o nível de dificuldade.
Os “sprinters” voltam a ter nova oportunidade com a 3ª tirada, em que a caravana percorrerá 183,5 km entre Vila Real de Santo António e Tavira, num registo já bastante conhecido.
A 4ª etapa funcionará quase como uma grande clássica, com uma tirada de 175,2 km entre Albufeira e Faro que terá três contagens de montanha nos derradeiros 50 km e recupera o final na avenida Calouste Gulbenkian.
Por fim, a tradicional chegada ao alto do Malhão será em sistema de contrarrelógio individual, de 19,6 km com partida em Salir, com 17 km essencialmente planos e os últimos 2.600 a subir, com uma inclinação média de 9,2 por cento.
No total, os corredores vão percorrer 745,9 quilómetros, com um acumulado de subida total de 11.795 metros.
Cândido Barbosa, que representou o Tavira numa fase mais avançada da sua carreira de ciclista, lembrou o seu próprio currículo numa “Algarvia” sem a importância e a carga mediática que hoje acarreta, tendo sido 2º classificado na sua primeira aparição e, depois, vencido todas as etapas na edição de 1997.
Agora, a Volta ao Algarve é «o evento mais internacional» do país, juntando «a nata da nata» mundial – é a única prova portuguesa por etapas no circuito ProSeries – e, para 2025, «o pelotão vai manter-se muito idêntico» face à 50ª edição, cujo vencedor, o belga Remco Evenepoel, deve ficar de fora, por estar a recuperar de lesão.
Para «compensar» a sua ausência, surgirão outros candidatos, como o português João Almeida, que vai estar no Algarve com a UAE Emirates. «Era importante que todos os nossos ciclistas emigrantes, que estão nessas equipas internacionais, pudessem cá estar todos, porque normalmente só competem em Portugal aqui, no campeonato nacional e agora na Clássica da Figueira», destacou Cândido Barbosa.
O presidente da Região de Turismo do Algarve, André Gomes, sublinhou que a prova deverá continuar a ser transmitida para dezenas de países pela Eurosport e recordou que as 39 horas de transmissão televisiva internacional em 2024 geraram um valor económico «superior a 36 milhões de euros».
Também as subidas registadas em hóspedes (+6,2%), dormidas (+4,6%) e passageiros movimentados no Aeroporto Gago Coutinho (+9%) no mês de fevereiro de 2024, face ao ano anterior, confirmam «o impacto direto» da Volta ao Algarve na economia regional, assegurou o dirigente.