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Cerca de 1.800 farmácias aderiram ao serviço de dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade, que será alargado a todas as instituições a partir de janeiro, após um mês em que oito unidades testaram este acesso em 40 doentes.

Em declarações à Lusa, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos Helder Mota Filipe sublinhou as vantagens do acesso em proximidade da medicação que os doentes até aqui tinham de levantar nas farmácias hospitalares, explicando que os utentes têm de respeitar alguns critérios para poder ter acesso ao serviço, entre eles a estabilização da doença e a adesão à medicação.

«Espero que [cada entidade envolvida] esteja agora em Dezembro a fazer o seu trabalho para que em janeiro possamos ter tudo em condições para que cerca 150 mil a 200 mil doentes possam ter acesso aos medicamentos em proximidade», disse o responsável, adiantando que já há cerca de 1.800 farmácias aderentes.

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Helder Mota Filipe destacou as vantagens deste serviço, tanto para o SNS como para os utentes: «Quando temos um suporte em proximidade, com uma rede de cerca de 11.000 farmacêuticos comunitários, isto ajuda a esclarecer dúvidas, a garantir a adesão» à medicação.

O projeto-piloto abrangeu em dezembro oito instituições do Serviço Nacional de Saúde (sete Unidades Locais de Saúde e um Instituto Português de Oncologia), que testaram o circuito em cerca de 40 doentes.

O bastonário lembrou que muitos doentes deslocam-se de muito longe para levantar a sua medicação, frisando que este serviço em proximidade já mostrou as suas vantagens: «Cada hospital sentiu necessidade de criar uma resposta aos seus doentes durante a Covid-19 e isso mostrou vantagens».

Sobre as regras de entrada dos doentes neste serviço, disse que tem de haver uma consulta farmacêutica prévia no hospital, que define se o doente é elegível, sendo a decisão tomada pelo próprio doente, que escolhe a farmácia que mais lhe convier para passar a levantar a sua medicação hospitalar.

Questionado pela Lusa, admitiu que o facto de não haver consultas farmacêuticas a funcionar em todos os hospitais pode atrasar este serviço, mas lembrou que os farmacêuticos do ambulatório hospitalar vão ficar mais disponíveis pois, quanto mais doentes transferirem para a proximidade, menos terão todos os meses no hospital para fazer a dispensa de medicamentos.

Reconheceu que será preciso «um esforço maior no início para garantir as consultas farmacêuticas», porque, a seguir, «estes doentes vão exigir menos da farmácia hospitalar porque vão ficar [a ser seguidos] em proximidade», num serviço de dispensa que inclui um total de 150 substâncias ativas.

Um estudo realizado pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) concluiu que, para levantar o medicamento no hospital, os doentes fazem, em média, 100 a 112 quilómetros por viagem e que cada utente, por ano, gasta nestas deslocações cerca de 260 euros.

«Se conseguirmos evitar estas deslocações em doentes que estão muito debilitados ou que fazem a sua vida normal, mas têm de ir todos os meses ao hospital e faltam ao trabalho, só aqui há uma poupança imensa para o sistema», constatou Helder Mota Filipe.

O bastonário lembrou que a pandemia veio obrigar muitos doentes a acederem aos seus medicamentos nas farmácias de proximidade e que, no pós-pandemia, os dados recolhidos mostraram que 91% dos doentes que acediam em proximidade à medicação «estavam satisfeitos e queriam continuar a ter acesso a estes medicamentos na sua farmácia».

«Há um conjunto de aspetos, todos no interesse dos doentes, que nós, sendo responsáveis, não podemos de maneira nenhuma ignorar», considerou o bastonário, acrescentando: «Temos a responsabilidade de implementar o mais rapidamente possível este serviço e a ordem não vai pactuar com atrasos, seja qual for a razão, porque é para bem dos doentes», sublinhou.

 



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