O projeto de “Ampliação e Requalificação de Estaleiro Naval, incluindo Parqueamento a Nado Modernização das Instalações da Quinta do Progresso”, na zona ribeirinha de Faro, está em fase de consulta pública da sua Avaliação do Impacte Ambiental até 15 de Outubro.
O estaleiro naval da Quinta do Progresso, situado à beira da Ria Formosa, entre a linha do caminho de ferro e o Parque Ribeirinho, tem a sua atividade assente em serviços de apoio à náutica de recreio, com especial incidência na vela.
O atual estaleiro desenvolve-se numa área de cerca de 6,6 hectares (ha), apenas com serviços de parqueamento a seco de média e longa duração, que ocupam cerca de 2,3 ha, traduzindo-se em 170 a 190 lugares.
O projeto para a sua ampliação e requalificação pretende criar um parqueamento a nado com 25.101 metros quadrados (25,1 ha), o que permitirá totalizar 300 a 320 lugares, aumentando a capacidade existente no estaleiro naval.
Ao mesmo tempo, pretende requalificar o edificado existente e, desta forma, melhorar e diversificar os serviços de apoio à náutica.
O projeto é da responsabilidade da empresa Nave Pegos Lda, que tem desenvolvido a sua atividade de apoio à náutica de recreio nas últimas décadas, com especial incidência na vela de recreio.
Segundo os promotores, a empresa «granjeou ao longo destes anos uma vasta clientela internacional», que utilizam as instalações «para parqueamento em seco de média ou longa duração, utilizando as infraestruturas de querenagem e capacidade técnica instalada para manter as embarcações em boas condições de navegabilidade».
No entanto, a capacidade instalada de alar e arrear embarcações «está neste momento esgotada».
Com duas gruas para o efeito, e um fosso de elevação, os promotores afirmam que «não é possível aumentar a capacidade de manuseamento de embarcações».
As operações de alar/arrear estão limitadas a, em condições ótimas, 6 a 8 manobras diárias.
Ora, argumenta a empresa, «esta oferta é inferior à procura, havendo necessidade de ampliar os serviços de forma a garantir competitividade face aos concorrentes, sobretudo espanhóis».
«A criação de uma área de parqueamento a nado surge naturalmente como a solução mais adequada, mais segura, permitindo aumentar em 80% a capacidade de parqueamento, a qual será feita de forma mais organizada e programada, permitindo uma melhor gestão da zona de manutenção das embarcações», acrescenta.
O parqueamento a nado, ou seja, esse novo plano de água que se pretende criar, permitirá, por um lado, «aumentar a capacidade efetiva do estaleiro e por outro, cumulativamente, fazer face à inexistência de ancoradouros a nado para embarcações de recreio com mastro, em Faro».
O objetivo final será sempre «aumentar os resultados operacionais, otimizando o forte investimento na dragagem do canal de acesso» (cerca de 1,2 milhões de euros) e complementando com um investimento previsto ainda mais avultado.
A Nave Pegos acrescenta que «o interesse estratégico do projeto ultrapassa os interesses económicos da empresa e apresenta-se como um projeto de interesse regional», para mais porque «a cidade de Faro não tem neste momento capacidade de parqueamento a nado de embarcações de recreio com mastro, em condições de segurança».
A melhoria da sua capacidade e condições de trabalho, é «um fator claro e indiscutível de incremento da competitividade regional no cluster da náutica de recreio, face ao concorrente direto: a Andaluzia (Espanha)».
A Câmara de Faro já emitiu uma Declaração de Interesse Público Municipal para a ampliação e requalificação do Estaleiro Naval da Quinta do Progresso.
Os promotores consideram também que é necessário «melhorar os serviços prestados aos nautas, em terra, nas áreas da formação, nas áreas de apoio às autoridades marítimas (recuperação de salvados, correções de fundo e serviços de parqueamento e manutenção de embarcações), nos serviços especializados na área de reparação e construção náutica, nos serviços de apoio a uma estadia mais confortável e aliciante».
Neste contexto, surge a necessidade de se «reformular os usos do edificado existente, procedente às obras de requalificação, com proteção do traçado arquitetónico existente».
«Essas intervenções permitirão oferecer aos nautas um conjunto de serviços essenciais, quer a quem fica parqueado por períodos de duração variada, quer às embarcações, quer a quem procura serviços de formação. Estas intervenções permitem também uma valorização cénica dos espaços edificados», acrescentam.
O processo pode ser consultado no Portal Participa, clicando aqui.
Comentários