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«Hoje já podemos dizer que este museu serve a todos, que todos podem vir cá e usufruir dele. Antes desta obra, havia pessoas que aqui vinham e tinham dificuldade em transpor degraus para entrar em salas aqui no rés-do-chão e não conseguiam ir ao piso superior. Hoje temos essa situação ultrapassada».

As palavras são de Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, e as obras a que se refere são as que permitiram ao Museu Municipal de Faro (MMF) tornar-se um edifício acessível a todos, nomeadamente a pessoas com mobilidade reduzida, intervenção que foi inaugurada no dia 15 de Agosto.

A cerimónia de inauguração desta obra, que além de se ter debruçado sobre a acessibilidade, também tem outra componente, ainda em curso, de melhoria das condições de trabalho da equipa de conservação e restauro desta estrutura cultural, coincidiu com a reabertura do museu farense ao público, após meses fechado para realização desta empreitada.

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E o sentimento expressado tanto pelo presidente da Câmara, como por Marco Lopes, diretor do MMF, como pela equipa projetista, representada a ocasião por Teresa Valente, Patrícia Malobbia e João Mateus, era do cumprimento não apenas de um dever, mas também «de um sonho antigo».

«Conseguimos cumprir aqui com uma série de objetivos, de aspirações, de sonhos. Mas esta obra também nos permite cumprir a responsabilidade do município e do próprio museu de garantir que a cultura, que o museu, que as exposições, são para todos. É isso que a obra, que era um sonho antigo, de bastantes décadas, vem permitir», resumiu Marco Lopes ao Sul Informação, à margem da cerimónia de inauguração da obra.

«Nós tínhamos, frequentemente, o problema de existir aqui uma série de dificuldades em aceder ao circuito expositivo, que não é só no piso térreo, engloba o edifício todo. Ou seja, estamos a falar quer do piso térreo, quer do primeiro andar. Dificilmente, alguém com restrições, com limitações, com incapacidades de vária ordem, poderia ir, por exemplo, ao primeiro andar, assistir às exposições que nós temos. Esta obra vem permitir isso», acrescentou.

«Resolvemos alguns dos problemas que estavam identificados, nomeadamente a questão das acessibilidades. Esta é uma questão com a qual a administração pública se debate há muitos anos, mas hoje estamos aqui com muito orgulho, para dizer que neste equipamento cultural já resolvemos esse problema», reforçou Rogério Bacalhau.

 

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Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Segundo Patrícia Malobbia, que apresentou os detalhes técnicos da obra, «os dois grandes propósitos deste projeto eram a melhoria das condições de acessibilidade a este museu e a criação de um novo espaço para oficinas» de conservação e restauro.

«O projeto partiu da premissa de tornar o Museu acessível quer ao nível do piso térreo, quer ao nível do piso superior, garantindo o acesso universal às salas de exposição. Há pessoas que nunca terão ido ao primeiro piso, exatamente por este constrangimento. A intervenção focou-se essencialmente na regularização e anulação de desníveis ao nível dos pavimentos», resumiu.

Além dos claustros, no piso térreo e no primeiro andar, foram intervencionadas, ao nível da substituição dos pavimentos, a zona da capela e a zona da portaria.

O novo pavimento, quer no piso térreo, quer no piso cima, «vem substituir um pavimento antigo, desconfortável, que criava problemas de circulação e de conforto às pessoas, tendo havido muitos casos de pequenos tropeções. Além disso, dava uma imagem péssima, de alguma degradação do edifício», segundo Marco Lopes.

«Houve a preocupação de utilizar materiais tradicionais da região. No rés-do-chão temos uma pedra que é até daqui do concelho [de Bordeira]. No primeiro andar, temos tijoleira de Santa Catarina. Tudo isto, respeitando sempre e conciliando com as caraterísticas deste edifício, uma vez que estamos a falar de um Monumento Nacional, um dos monumentos mais icónicos e carismáticos da cidade de Faro», acrescentou o diretor do Museu Municipal de Faro.

«O projeto passou também pela compatibilização das cotas entre o espaço da galeria e as salas de exposição, através da introdução destas pequenas rampas em pedra, mas também pela compatibilização da acessibilidade da galeria ao pátio exterior, com a introdução de duas rampas de acesso», explicou ainda Patrícia Malobbia.

Para permitir o acesso de todos ao piso superior, foi «introduzido um novo volume, de uma nova infraestrutura que abrigasse o elevador».

O propósito dos projetistas foi que este fosse «um volume autónomo» da demais estrutura, «que não interferisse com o pátio, nem com o corpo, nem com nenhuma das salas deste edifício».

Dessa forma, foi escolhido um espaço na proximidade da portaria, junto ao logradouro.

 

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Patrícia Malobbia, Teresa Valente e João Mateus – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

E se a intervenção na zona do Museu que está aberta ao público já está concluída, há outra dimensão desta obra que ainda irá demorar algum tempo até ser concluída.

«Já houve aqui um início da obra de requalificação de um armazém [na zona exterior, já no espaço de ligação ao Quintalão], para acolher os serviços de conservação e restauro, que é uma intervenção fundamental. A equipa de restauro cresceu em número de pessoa e as exigências são cada vez maiores. Os pedidos e as solicitações vêm de todo o lado, não só daqui do município, mas também de outros municípios, de outras entidades. Para corresponder, para poder estar à altura dessas exigências, nós temos que ter um espaço em condições. E este projeto prevê isso», explicou Marco Lopes.

A partir do momento em que este armazém esteja restaurado, o que irá acontecer, «seguramente, até final do ano», será possível retirar serviços de restauro do MMF de uma sala que dá para os claustros do Museu.

«A ideia era libertar este espaço, que neste momento está a ser usado para as oficinas de restauro, e transferi-lo para um novo espaço lá fora, com a remodelação deste armazém», resumiu Patrícia Malobbia.

Teresa Valente, também da equipa projetista, não escondeu a satisfação por ver este sonho tornado realidade. «O projeto tem cerca de 14 anos e finalmente conseguimos. Mesmo que as coisas demorem algum tempo, elas acontecem. Os obstáculos são difíceis de se vencer, mas aqui estamos nós com a concretização desta obra», que serviu, precisamente, para vencer obstáculos.

 

Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

 

 

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