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teatro das figuras

Aljezur é o único dos 16 concelhos algarvios que não tem nenhuma Biblioteca Pública. Mas, em breve, o cenário vai alterar-se, uma vez que o Município viu aprovada uma candidatura para ter uma biblioteca… móvel.

O projeto, que custa 150 mil euros, vai avançar com o financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), devendo entrar em funcionamento no próximo ano.

José Gonçalves, presidente da Câmara de Aljezur, em entrevista ao Sul Informação, admitiu que a futura Biblioteca Móvel ou Bibliomóvel «não nos vai tirar da lista dos concelhos sem biblioteca. Mas é um equipamento que pode ser muito bem aproveitado e usado».

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E porque é que a Câmara de Aljezur não aposta em criar uma biblioteca com edifício próprio? José Gonçalves confessou que, neste momento, essa «não é a nossa prioridade», tendo preferido aproveitar a oportunidade criada pelo PRR para conseguir um Bibliomóvel, ou seja, uma biblioteca sobre rodas, que circule pelo concelho.

O autarca recordou que, em tempos, a Câmara teve o plano de transformar os atuais Paços do Concelho, bem como «o edifício que está aqui na frente, que agora é uma creche, e o edifício que está ao lado, que é a Junta de Freguesia» num «grande centro cultural para Aljezur». E, entre as diversas valências culturais, estaria uma biblioteca. Tudo isso, claro, implicava que a Câmara Municipal se mudasse para outras instalações, nomeadamente para o antigo edifício da Escola C+S, um projeto que também já tem uns anos, mas ainda não se concretizou.

«As ideias, o planeamento, têm acontecido. Mas depois a concretização é mais difícil, sobretudo porque somos uma Câmara pequena, com pouco dinheiro. Até porque, hoje em dia, uma biblioteca de rede nacional exige um quadro técnico grande», lamentou.

Por isso, frisou José Gonçalves, quando surgiu a «oportunidade» de ter o Bibliomóvel, a Câmara aljezurense avançou, já que, «neste momento, as prioridades vão para outras áreas».

Mas o presidente da autarquia defende que a Biblioteca Móvel terá «uma valência interessante que é permitir a circulação» pelo concelho, assim fazendo «a ponte entre os vários espaços de leitura» que existem.

«Nós temos uma biblioteca na escola, não é uma biblioteca da Rede Nacional de Bibliotecas, mas existe lá uma biblioteca. Temos também um espaço de leitura na Junta de Freguesia de Odeceixe e temos, aqui em Aljezur, na Associação de Defesa do Património, um espaço também muito interessante, mais ligado ao património, à arqueologia, mas onde as pessoas também podem ir ler».

O Bibliomóvel, espera o autarca, irá ligar esses três espaços, mas igualmente levar livros e cultura a outras zonas do concelho.

Neste momento, «estamos a proceder aos processos para a aquisição dos equipamentos, a preparar as coisas para avançar. Até ao final do ano, não vai ser fácil, mas queríamos ver se não perdíamos esta oportunidade».

O Bibliomóvel não terá bibliotecário, mas apenas «um técnico a acompanhar». «Julgo que não temos necessidade de ter um bibliotecário. Mas tem que ter alguém com alguma formação nessas áreas», admitiu o autarca.

Apesar de não poder, apenas com o Bibliomóvel, vir a fazer parte da Rede Nacional de Bibliotecas (ou da Rede do Algarve, a BIBAL), José Gonçalves diz que o equipamento «vai ficar ligado em rede, com outras bibliotecas» ao serviço que permite o acesso a jornais online. Trata-se do projeto, pago pela Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) que, através das bibliotecas existentes permite o acesso a 7 mil jornais e revistas online, nacionais e estrangeiros.

Ou seja: no concelho de Aljezur, sem uma biblioteca instalada num edifício, haverá um equipamento móvel, um pouco à semelhança do que faziam, há meio século, as carrinhas da Fundação Gulbenkian, levando livros às terras onde não os havia.

«Com esta biblioteca itinerante, vamos conseguir dinamizar os espaços que já temos e isso será uma evolução importante», conclui o presidente da Câmara de Aljezur.

 

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