A Câmara Municipal de Aljezur viu aprovadas duas das suas três candidaturas ao Fundo de Emergência criado ainda pelo anterior Governo, para a recuperação das zonas, infraestruturas e equipamentos destruídos pelo fogo de Agosto do ano passado, à volta de Odeceixe.
As duas candidaturas aprovadas totalizam 2,86 milhões de euros, embora parte do dinheiro tenha de ser assegurado pela própria autarquia.
Em entrevista ao Sul Informação, o presidente da Câmara de Aljezur explicou que uma das candidaturas, no valor de 160 mil euros, destina-se à promoção turística da zona mais afetada pelo fogo, que começou faz hoje um ano.
«É para fazer a promoção da zona, criar alguns pequenos eventos que possam levar mais gente àquela zona», disse José Gonçalves. «160 mil euros não é muito dinheiro, mas é o que é», sublinhou.
Mais substancial é a segunda candidatura aprovada, no valor de 2,7 milhões de euros, destinados às infraestruturas, «acima de tudo para a rede viária da área afetada pelo fogo, que já estava danificada e ainda ficou mais deteriorada».
«Hoje já não há fundos comunitários para estradas, por isso esta é uma oportunidade para intervir nas estradas», acrescentou José Gonçalves.
«Agora temos 2,7 milhões de euros a 60%, o que significa que ainda vamos ter de ir buscar um milhão de euros, mas é uma oportunidade que não podemos perder».
Na sua entrevista ao Sul Informação, o presidente da Câmara de Aljezur admitiu ter receado que, «com a mudança de governo, essa candidatura caísse, mas finalmente veio tudo assinado».
«Agora estamos a ver como é que avançamos para o processo, em termos de projeto e de lançamento para a obra em si. Vamos lançar a empreitada em 2024, para começar a obra logo que possível e tentar concluí-la em 2025. Se tivéssemos de ter tudo pronto em 2024, não conseguíamos, de certeza», esclareceu.
José Gonçalves adiantou que o dinheiro deste Fundo de Emergência, criado pelo anterior Governo para apoiar as Câmaras de Odemira, Aljezur e Monchique, a recuperar dos estragos causados pelo fogo de Agosto passado, vem «do Orçamento de Estado». Por isso, o autarca acredita que «se a obra não ficar toda completa em 2025, não nos vão apertar se já estiver em andamento».
O incêndio que afetou sobretudo as freguesias de São Teotónio, no concelho alentejano de Odemira, e de Odeceixe, no de Aljezur, bem como uma pequena parte do concelho de Monchique, começou a 5 de Agosto, na mata de pinheiros junto à aldeia de Baiona. Só foi dado como dominado no dia 9.
A área ardida ascendeu a cerca de 8.400 hectares, num perímetro de 50 quilómetros, causando prejuízos estimados em cerca de 15 milhões de euros.
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