As candidaturas que os municípios do Algarve apresentaram ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para reduzir o desperdício de água no setor urbano, no Algarve, são já suficientes para atingir o objetivo de redução de perdas, no circuito urbano, em 10 hectómetros cúbicos (hm3), até 2026, revelou Pedro Dominguinhos, presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR.
«Neste momento, os concursos que já estão a decorrer e as intervenções que já foram adjudicadas [ao nível dos municípios], permitem dizer que o potencial de cumprimento das metas e dos marcos está alcançado. (…) Aquilo que já está aprovado em termos de candidatura permite alcançar as metas com que, neste caso concreto, os vários municípios da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) se comprometeram», disse este responsável, à margem de mais uma reunião da comissão de acompanhamento com beneficiários do PRR da região algarvia, que decorreu na semana passada na sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, em Faro.
«Isto significa que, neste caso concreto e nos vários municípios, os processos de candidatura estão a decorrer, estão-se a realizar esses investimentos e a lançar os procedimentos», acrescentou.
Ao todo, a linha de apoio que está a ser gerida pela AMAL dispõe de uma verba de 45 milhões de euros, dos quais já foram adjudicados «cerca de 40 milhões de euros».
Isto significa que «há aqui alguma capacidade, se a AMAL assim decidir, de lançar um terceiro procedimento, até para responder a alguns municípios que não tiveram a oportunidade de se candidatar antes».
Neste momento, há «mais de 25 candidaturas que estão aprovadas e que estão em diferentes fases», que, no seu conjunto, pretendem reduzir as perdas em 10 hectómetros cúbicos (hm3).
Para isso é preciso «fazer investimentos, substituir condutas, melhorar a eficiência e, sobretudo, também algo que é particularmente importante, que é instalar sistemas que permitam medir em tempo real o que está a acontecer» e identificar onde é que está a haver perdas.
Pedro Dominguinhos dá o exemplo de uma obra que visitou em Lagos, «onde está a haver substituição de condutas e uma melhoria no sistema de gestão de telemetria de toda a rede da Câmara Municipal de Lagos, que permite, por um lado, ter um conhecimento em tempo real do que é que está a acontecer e, por outro, uma intervenção em termos de gestão também em tempo real».
«No caso de ser detetada uma fuga, de imediato e automaticamente se consegue monitorizar todo este processo» e resolvê-la.
Também foram instalados «um conjunto de contadores, ditos inteligentes, que conseguem antecipar e medir exatamente e em tempo real todo este processo».
Na reunião, que foi focada nas questões da eficiência hídrica no Algarve, também foi feito o balanço do andamento dos projetos a cargo da Águas do Algarve, empresa multimunicipal que está «a desenvolver um conjunto de procedimentos. Alguns estão a concurso, outros estão praticamente concluídos e noutros estão a ser lançados os procedimentos».
Neste lote, estão duas das obras de maior dimensão.
«No caso do Pomarão, está em consulta pública toda a questão ambiental e espera-se que, de acordo com os procedimentos e após quer Portugal, quer Espanha, se pronunciarem – porque Espanha também tem que ser ouvida -, no princípio do segundo semestre de 2024 possa ser lançado o concurso para a construção», revelou Pedro Dominguinhos.
No caso da dessalinizadora, «o concurso de conceção e construção está lançado e também está praticamente a ser concluída a Declaração de Impacte Ambiental, que deverá ser emitida no início de Abril. Também se espera que durante este ano seja lançado o concurso para a construção da dessalinizadora, que é um ativo particularmente relevante».
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