Empresas e instituições do Algarve defendem atração de talento para a região

A sessão foi organizada pela SEDES Algarve com apoio da multinacional canadiana Empowered Startups

A atração de talento vai ser fundamental para dinamizar a economia do Algarve. Essa é uma das principais conclusões da sessão “Imigração de Talento: Casos de estudo e boas práticas”, realizada na Universidade do Algarve (UAlg) na passada sexta-feira, 9 de Fevereiro.

A sessão, organizada pela SEDES Algarve com apoio da multinacional canadiana Empowered Startups, contou com representantes de ambas as instituições, além do eurodeputado Carlos Zorrinho e do reitor da Universidade do Algarve Paulo Águas.

«O talento é uma parte fundamental da política de inovação» de uma região, disse Christopher Lennon, presidente da Empowered Startups.

«A migração de talento e de negócios são ferramentas fundamentais para acelerar o que acontece nas regiões, tendo em conta as suas políticas de inovação», continuou. O trabalho feito pela Empowered Startups «traz para o Algarve investimento direto estrangeiro, atrai profissionais altamente qualificados e liga instituições como a UAlg ao mercado».

«As pessoas só podem gostar do Algarve», prosseguiu Paulo Neves, coordenador da SEDES Algarve.

«Só podem gostar da nossa maneira de ser, de acolher, da segurança, da gastronomia e do clima. Enquanto país humanista que somos, acolhemos com respeito e não olhamos a quem. É isso que nos destaca. Temos 840 mil pessoas de população média presente. O que seria do Algarve sem essa massa crítica e sem os que vieram, trouxeram investimento, desenvolvimento, criatividade e oportunidades?», questionou.

O tema da atração de talento ocupou a mesa redonda, com intervenção de Carlos Zorrinho e de Carlos Lobo, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

«A atração que os Estados Unidos exercem sobre talentos europeus é real», começou o eurodeputado. «Temos de pensar também como nós, na Europa, o podemos fazer. Temos obrigação de olhar para a política de imigração pelo lado positivo e humanista. Portugal é atrativo, tem vindo a melhorar e tem identificados os fatores que dificultam essa atração», entre eles «a burocracia e a remuneração», acrescentou.

Carlos Lobo defendeu a «atração de talento como um aspeto crítico da competitividade de um País ou de uma região».

«Portugal está a ficar mais velho, mas o mundo está a ficar mais novo. Sempre fomos um país de portas abertas e um bom exemplo de atração de novos cidadãos, com acolhimento e acompanhamento. Temos as qualidades necessárias para sermos um país atrativo», rematou, destacando medidas como o regime de residentes não-habituais.

Carlos Baía, vereador da Câmara de Faro, reforçou o potencial do Algarve para essa atração.

«A região tem um custo de vida relativamente baixo, tem banda larga, tem um aeroporto a cinco minutos da Universidade, mas falta diversificar a economia e encontrar meios e mecanismos para conseguir reter talento», defendeu.

Na sessão, foi ainda apresentado um projeto de parceria entre a UAlg e a aplicação de nutrição Carb Manager, para a divulgação da dieta mediterrânica. A professora Maria Palma Mateus, responsável pelo projeto, defendeu que a parceria mostra «a versatilidade e facilidade de adaptação da dieta mediterrânica aos dias de hoje».

A parceria foi realizada através da Empowered Startups, que trabalha com empreendedores, empresários e investidores internacionais que procuram nas universidades e politécnicos portugueses parceiros de inovação. Esses profissionais investem diretamente em projetos de investigação científica como este, na UAlg, para inovarem nos produtos e serviços desenvolvidos pelas suas empresas.

«Talento é a capacidade de fazer coisas, de exercer uma determinada profissão. Num mundo de conhecimento, de alta tecnologia, precisamos de talento associado a estas dimensões», defendeu Paulo Águas, reitor da UAlg, no encerramento da sessão.

«Os exemplos aqui dados pela Empowered Startups», de atração de profissionais qualificados, de investimento e de novos negócios, «ajudam a mudar o paradigma», concluiu.

 

 



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