Eleições: Partidos reagem a declarações de Passos Coelho no Algarve sobre imigração

Reações marcaram o terceiro dia de campanha eleitoral, com fortes críticas da esquerda

As reações dos partidos às declarações do ex-primeiro-ministro e antigo presidente do PSD Pedro Passos Coelho, nomeadamente sobre imigração, marcaram o terceiro dia de campanha eleitoral, com fortes críticas da esquerda.

O ex-primeiro-ministro e antigo presidente do PSD Pedro Passos Coelho ‘aqueceu’ o segundo dia de campanha mas o discurso que fez num comício da Aliança Democrática (AD), em Faro, e as suas declarações, nas quais associou imigração a insegurança, ainda ecoaram no terceiro dia de estrada rumo às legislativas de 10 de março.

Em Elvas, o presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou que situações de imigração não integrada, em condições instáveis e pouco dignas, criam um sentimento de insegurança que deve ser combatido, defendendo mais regulação e integração.

“É preciso regulação e é preciso que isso depois se expresse numa política de integração mais efetiva, para nomeadamente não criar zonas de insegurança, zonas onde as populações estão mais expostas a situações, enfim, que lhes dão um sentimento de insegurança que nós devemos obviar”, defendeu, questionado sobre as palavras de Passos Coelho.

Já o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, nos Açores, deixou críticas ao antigo primeiro-ministro do PSD, considerando que Pedro Passos Coelho e Luís Montenegro são “duas faces da mesma moeda”.

O socialista mostrou-se confiante de que a sua candidatura está a “conseguir mobilizar o país” e rejeitou “regressar ao passado que era governado por um partido que dizia uma coisa aos portugueses e praticava outra”.

Em Beja, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, considerou “um disparate de todo o tamanho” a associação entre imigração e insegurança feita por Passos Coelho, defendendo que esta ideia é uma “mentira desmentida por todos os factos”.

No mesmo distrito esteve também o líder da IL, Rui Rocha, que se escusou a comentar as palavras concretas de Passos Coelho limitando-se a defender uma imigração com dignidade e com direitos.

As críticas do liberal foram dirigidas ao PS, com Rocha a apontar à “péssima decisão” do executivo demissionário em extinguir o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) nos termos em que o fez.

O presidente do Chega, André Ventura, que na noite de segunda-feira já tinha considerado que o antigo primeiro-ministro mostrou ao líder do PSD o discurso que Montenegro devia fazer desde que lidera o partido, prometeu hoje o “maior aumento de pensões” se for Governo, após uma arruada em Braga.

Tanto Inês Sousa Real (PAN) como Rui Tavares (Livre) deixaram duras críticas às palavras de Pedro Passos Coelho sobre imigração.

Em Matosinhos, o dirigente do Livre defendeu que as afirmações em causa denotam “uma ignorância muito grande em relação aos dados e factos no terreno”, considerando esta declaração “indesculpável para um antigo primeiro-ministro”.

A porta-voz do PAN, em Beja, afirmou que a entrada de Passos Coelho na campanha da Aliança Democrática (AD) aproxima esta coligação da agenda do partido Chega e lembrou o impacto dos seus governos.

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, que andou pelo distrito de Setúbal, exigiu a redução do valor do passe intermodal de 40 para 20 euros, com vista a tornar os transportes gratuitos no futuro e saiu em defesa dos trabalhadores da administração pública, considerando que a solução para os problemas destes profissionais não passa pelo PS ou pela direita.

 



Comentários

pub