AHETA pede ministro do Turismo ao próximo Governo de Portugal

AHETA deixou um conjunto de questões estratégicas que considera essenciais para o plano de ação do próximo Governo

Numa carta aberta ao futuro primeiro-ministro de Portugal, a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) deixou um conjunto de questões estratégicas que considera essenciais para o plano de ação do próximo Governo, entre as quais a criação de um Ministério do Turismo.

Sendo o turismo uma das principais atividades económicas do país e da região, a AHETA considera que «não se compreende como é que este setor não tem um Ministro, responsável pela pasta, enquanto outras áreas da governação com um impacto residual têm o seu Ministro».

«É igualmente urgente que se altere o sistema de financiamento do Turismo do Algarve, entidade responsável pela promoção nacional e internacional, do Algarve», dizem ainda, acrescentando que «ter a RTA, hoje, praticamente o mesmo financiamento que tinha há 20 anos não ajuda em nada a promover o Algarve e estabelecer parcerias para novos canais de comercialização e de promoção».

Nesta carta aberta, a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve defende ainda a revolução fiscal.

«Temas como a implementação de um subsídio de alojamento para os trabalhadores deslocados, tratado fiscalmente como o subsídio de almoço, o 15ª mês, tratado de forma igual, são modelos que queremos implementar, no sentido de ajudar a melhorar as condições de remuneração dos nossos colaboradores e que, até hoje nunca tivemos uma resposta de sucessivos governos».

No caso concreto do Algarve, a AHETA considera imperativo «que as leis da contratação sejam adaptadas para que possamos fidelizar os nossos colaboradores, a exemplo do praticado na Andaluzia, com um modelo de contrato de trabalho denominado “contrato fixo descontínuo”».

Esta entidade realça ainda que «a burocracia é um dos grandes “cancros”, para as empresas e para os cidadãos» e defende que «o próximo governo deverá ter a coragem de parar todo o processo de revisão dos PDM’s, nalguns casos em processo de revisão há mais de dez anos, e promover um estudo global que tenha em consideração as necessidades futuras na região quer em termos de fixação de empresas e de famílias».

«Nós queremos fazer habitação social para o nosso staff mas isso não será possível com terrenos a preço de mercado nem com o sistema de impostos que decorrem dessa instalação. E aceitamos e sugerimos que essa habitação social tenha um ónus de 50 anos sem poder ter outra utilização ou nem sequer possa ser vendida separada da unidade hoteleira», lê-se ainda em nota.

Esta Associação defende também que numa região onde o turismo é a principal atividade económica, as infraestruturas públicas e acessibilidades devem ser uma prioridade.

«O estado de parte da nossa via estruturante, a EN125, entre Olhão e Vila Real de Santo António, digna de uma via de um país de terceiro mundo, uma via rápida (A22) com terríveis portagens, especialmente para as empresas e para os turistas, com uma qualidade que deixa muito a desejar, uma ferrovia insuficiente e que ainda hoje não está totalmente eletrificada ao longo do Algarve, utilizando carruagens com dezenas de anos e com uma “decoração” grafitada não são mais valias, enquanto concorremos com todo o mundo turístico pela angariação de turistas».

Por último, a AHETA frisa a necessidade de uma política de eventos.

«Tendo o Algarve uma costa fabulosa, porque não temos uma política de eventos que consagre um grande evento de vela, de impacto internacional? E porque não conseguimos ter um evento de golfe, da primeira divisão internacional, que promova esta atividade económica tão importante na redução da sazonalidade? E porque andamos, ano após ano, a mendigar tostões, para que possamos voltar a contar com os eventos realizados no Autódromo Internacional do Algarve, nomeadamente o Moto GP que, por exemplo este ano, se traduz , uma vez mais, num grande impacto no alojamento e restauração, praticamente de todo o Algarve?», questiona.

Esta entidade defende assim «uma verdadeira política de eventos para a região, de uma forma sustentável, organizados essencialmente fora da época alta do turismo e que tenham a garantia de realização por um determinado período».

 



Comentários

pub