Tó Quintas, o artista que nunca teve medo de fazer e de arriscar

O seu lado criativo surgiu logo em novo, quando se entretinha com ferramentas e pregos a construir coisas

“Toda a gente construía coisas, e era esse um bocado o ambiente geral”, recorda Tó Quintas, sobre a sua infância.

O artista nasceu em Faro, mas passou parte da sua infância (até por volta dos seus 8 anos) em Lisboa, pelo facto de o pai pertencer à marinha. Desde que regressou, tem morado sempre na capital algarvia.

O seu lado criativo surgiu logo em novo, quando se entretinha com ferramentas e pregos a construir coisas.

A criatividade foi também muito incentivada pela família, que participava nas construções. “A minha mãe ia buscar rádios velhos a oficinas para eu e o meu irmão desmontarmos”.

 

 

Ao longo da vida, teve vários empregos comuns, mas havia sempre uma oficina em casa onde podia expressar-se. “Estive sempre ligado à construção de coisas”, garante. Esta paixão passou a ser uma profissão muito em paralelo com o que já fazia.

Após uns tempos desempregado, houve momentos em que fez maquetes para construção civil, pinturas e arranjos em motas, trabalhou em próteses dentárias, que refere ser “muito bricolage”, e também na construção de cenários para peças de teatro da universidade.

Quando surgiu a Companhia de Teatro do Algarve (ACTA), em meados dos anos 90, começou a trabalhar lá como cenógrafo. “Aí comecei de facto a trabalhar mais na área da construção das coisas, em particular da criação própria”.

 

 

Depois do teatro e de ter as suas ferramentas e oficina, surgiu a vontade de trabalhar por conta própria, para fazer as coisas que quisesse.

Este percurso, acompanhado do facto de ser conhecido pelas coisas que já tem feito, permite-lhe que, mesmo quando lhe é encomendado algo, possa fazê-lo da forma que quiser, no que toca, por exemplo, aos materiais e técnicas utilizadas.

Todas estas técnicas e conhecimentos vêm sobretudo da família e de estudos feitos fora da escola, através de muitos livros (os temas destes iam desde histórias, a livros sobre modelismo, entre muitos outros). Tó Quintas sempre gostou, também, de falar com pessoas que estivessem a fazer coisas “do calceteiro ao arquiteto”.

Pelo facto de grande parte das pessoas com quem convivia estar ligada a diversas áreas, isso ajudou-o também na partilha de técnicas e de conhecimentos, tais como trabalhar com materiais sintéticos e soldar. “Passou a ser normal lidar com essas coisas e a informação era passada pelo boca-a-boca, o convívio e sobretudo o fazer, é daí que vem o conhecimento”.

Se tivesse que trabalhar numa área diferente, Tó refere, por exemplo, um estaleiro ou uma oficina de automóveis.

A sua inspiração tanto provém das formas das coisas à sua volta, como de passeios de mota ou camionete onde o subconsciente fica a tratar do assunto, e, de repente, surge uma ideia. “Gosto de tudo o que são formas malucas. Carros, motas, os animais a natureza tudo são fontes de inspiração para mim”.

A terminar, Tó Quintas deixa uma mensagem de incentivo às novas gerações para exporem os seus projetos e ideias: “façam coisas, não tenham medo de arriscar!”

 

 

Texto e fotos de Mafalda Castro, realizados no âmbito do curso de Fotografia Profissional 22|24 da ETIC_Algarve, Escola de Tecnologias, Inovação e Criação do Algarve.

 

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